segunda-feira, 30 de março de 2009

O escândalo da BraVal ...

Domingos Névoa, administrador da Bragaparques, condenado por tentar corromper o vereador Sá Fernandes, foi nomeado presidente da empresa intermunicipal "Braval".
A Braval é a empresa de tratamento de resíduos sólidos do Baixo Cávado, que engloba os municípios de Braga, Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde, Terras do Bouro e Vieira do Minho.
Para director-geral da Braval foi nomeado Pedro Machado, genro de Mesquita Machado, presidente da Câmara Municipal de Braga e dirigente do PS.
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domingo, 29 de março de 2009

O bluff Carlos Queirós …

Falta de sorte ou azar – seja o azar o que quer que seja – Portugal, com Carlos Queirós como seleccionador, tem meia dúzia em dezena e meia de pontos possíveis, o que pode(rá) ser manifestamente curto, mesmo insuficiente para Portugal estar presente no p.f. Mundial de Futebol/2010.
Mas, o que é facto é que o senhor Carlos Queirós – que o magnânimo Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, "desencantou" ao Manchester, mui provavelmente com um opíparo ordenado/contracto – já nos habituou a outros desencantos quando, por exemplo e em tempo, não conseguiu classificar Portugal com uma equipa onde, então, pontificava a “geração de ouro” do nosso futebol …
E, ontem, para não variar, num jogo em que precisaria de pontos, o senhor Carlos Queirós "construiu" uma equipa sensação, fazendo alinhar Dany a “avançado centro” e quatro defesas centrais de raiz.
É obra …
A não ser que o senhor Carlos Queirós de tão bestial, tão bestial, tão bestial seja, afinal e só, um autêntico bluff …

sábado, 28 de março de 2009

Os Tempos da Crise

Tempo de mudança – III

Perante a realidade que a crise actual tornou ainda mais evidente, parece hoje largamente consensual admitir-se que o processo de adaptação laboral às exigências tecnológicas, em pouco ou nada tem beneficiado os detentores e vendedores da força de trabalho. Os seus ganhos, como se referiu, têm sido sistematicamente apropriados pelos detentores do capital – contrariando até o carácter eminentemente social da inovação tecnológica – aqui residindo, aliás, uma das principais razões da eclosão da actual crise, pelas suas óbvias repercussões na debilidade da procura, permitindo, em contrapartida, uma excepcional acumulação de capital.

Parece assim exigir-se uma mudança de paradigma na própria ocupação do tempo, sobretudo numa mais justa redistribuição do tempo de trabalho, mas que não pode ficar apenas dependente da solidariedade entre os trabalhadores (trocar salários, por postos de trabalho), ela tem de ser feita sobretudo à custa de uma melhor distribuição dos benefícios da tecnologia (reflectidos na automação e nos aumentos constantes da produtividade).

Este objectivo, porém, não parece possível de alcançar no quadro do actual paradigma económico que rege as sociedades – expresso na ideologia do crescimento contínuo – o que significa dever encarar-se, como indispensável, a sua alteração radical, substituindo-o por outro onde a política domine a economia (e não o contrário, como agora sucede) e as escolhas democráticas se sobreponham às das do livre curso das forças do mercado. Sobretudo torna-se cada vez mais evidente que, enquanto não for quebrada a lógica produtivista que alimenta toda a engrenagem e alteradas as regras essenciais do funcionamento actual das sociedades – o crescimento contínuo por uma distribuição mais equitativa do rendimento, as ‘normas’ do mercado pelos princípios democráticos, a intransigente defesa dos interesses privados pelo controle público das áreas estratégicas, a destruição dos recursos naturais pela preservação do ambiente,... – dificilmente se obterão condições para se sair da actual crise e se suster a destruição de empregos (ou a criação de um saldo positivo em postos de trabalho).

Já aqui havia referido há uns meses (Jul.-Ag./08) que, para além dos ‘ajustamentos estruturais’, iniciados ainda nos anos 90 e que a economia tem vindo a acomodar, importa que os efeitos positivos da revolução tecnológica se não reduzam a ganhos de natureza económica, com os incríveis aumentos na produtividade e na riqueza – repito, ‘ganhos’ até agora quase exclusivamente apropriados pelo capital – mas que se concretizem igualmente a nível social, com a redução do tempo de trabalho por ela proporcionada (já hoje praticada de muitas maneiras) e a consequente transformação do trabalho assalariado (o emprego) em diversificadas e inovadoras formas de ocupação – processo lento, experimental, por vezes dramático, mas persistente e inevitável.

Isso significa ir além das tradicionais e bem justificadas reivindicações sindicais por um Trabalho Digno – direitos no trabalho, emprego, protecção social e diálogo social (na acepção da própria OIT): torna-se indispensável assumir, com toda a clareza, a exigência política de um novo paradigma social – composto por muitas ‘mudanças’ – aqui baseado sobretudo na redistribuição dos benefícios da tecnologia e do tempo de trabalho. Nem mais ampla, nem mais justa – longe de falsos moralismos, portanto – apenas mais conforme às condições e necessidades das sociedades actuais!

Ou, como afirmava Viviane Forrester (então largamente citada) no ‘longínquo’ ano de 1996: “o trabalho da máquina tem hoje um tal peso na produção que não pode continuar exclusivamente em mãos privadas” .

Dito isto, e atentos aos actos eleitorais que se aproximam (PE à cabeça), seria interessante analisar como os partidos políticos portugueses encaram (se é que encaram...) o desafio que esta inevitável reorganização do trabalho vem colocar às sociedades, e comparar as políticas ou medidas concretas que propõem ou têm em vista desenvolver para o enfrentar.

Também aí – sobretudo aí, no domínio da reorganização do trabalho – se constróem as diferenças que irão traçar o futuro! Rompendo algumas certezas tidas por imutáveis!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Os Tempos da Crise

Tempo de incerteza – II

Ainda que de uma forma algo imprecisa, começa a perceber-se que a actual organização social baseada no trabalho assalariado se encontra, ela própria, em crise. Duvida-se que a saída para a crise actual, financeira e económica, social e global, traga de novo os empregos perdidos ou ponha a funcionar as empresas que entretanto fecharam. Ou mesmo que as novas empresas que eventualmente surjam possam recuperar esses empregos ou compensar todos os prejuízos, económicos e sobretudo sociais, provocados pelas que entretanto fecharam.

Surpreendentemente e no momento em que mais se justificaria ser-se optimista dado o potencial tecnológico disponível, o mundo mergulha na pior crise social de que há memória – muito por ‘culpa’ desse potencial! Na verdade, tem sido em nome do próprio progresso técnico que se têm imposto alterações nas diversas formas adoptadas pelas empresas (o modelo de organização base do sistema económico capitalista), ao ir-se reduzindo ou mesmo eliminando as grandes e tradicionais concentrações de trabalho: a fábrica cede perante a automação; o escritório cede perante o computador (ou melhor, a informação em rede), pondo em causa a razão de ser da sua própria existência. A inovação e as competências individuais substituem a produção e o trabalho em grupo, como formas privilegiadas de organização social.

Aparentemente este processo parece irreversível e de difícil, senão mesmo pouco sensata, contestação. Mas o que até agora a história do capitalismo mostrou foi que os ganhos de produtividade ou de redução do tempo de trabalho obtidos em resultado dos avanços tecnológicos – da mecanização à automação e à informatização – têm sido maioritariamente apropriados pelos detentores do capital, pois é isso que as regras da concorrência e a busca da máxima rentabilidade lhes impõem. É este procedimento, responsável em grande medida pela debilidade da procura efectiva, que explica a eclosão das crises cíclicas do sistema (crises de sobreprodução ou subconsumo).
Ora, os últimos 30 anos levaram este processo aos limites mais absurdos: face às capacidades abertas pela tecnologia (por ex., a empresa italiana Ariston, no período 1973 a 2005, aumentou a produtividade cerca de 20 vezes: com o mesmo número de trabalhadores, passou a produzir um frigorífico em apenas 15 minutos – contra 4/5 horas no início!), o resultado essencial traduziu-se, é verdade, numa redução do trabalho – que não do tempo de trabalho, mas antes a do número de trabalhadores! E sobretudo numa acumulação de capital (objecto de muitas transferências e jogos especulativos) para níveis assustadoramente colossais, mas de efeitos limitados, porque de difícil colocação, dada precisamente essa debilidade.

Não obstante a certeza de mudanças no horizonte, é sobre o futuro do trabalho que paira a maior incógnita quanto às formas que poderá vir a adoptar, não se vislumbrando, para além de experiências dispersas e muito limitadas, qualquer solução mais estruturada ou consistente. Sobretudo capaz de dar sentido e organizar de forma útil as aptidões das pessoas, capaz de proceder ao seu aproveitamento mais integral, capaz de ir ao encontro e corresponder melhor às suas aspirações. Utopia? Citando o comentário recente de um ‘blogger’ desconhecido (pelo menos para mim): “Penso que é saudável actualmente inventar-se e discutir-se utopias à vontade sem pudores ou vergonhas. Vergonha é o mundo em que vivemos, isso sim. Como diria o Oscar Wilde, um mapa do mundo que não tenha nela o país UTOPIA, não vale a pena sequer olhar para ele, pois exclui precisamente a terra aonde a humanidade está constantemente chegando”.

Já agora e a propósito, acrescente-se que “a caracterização de utopia como mera ilusão e de utópicos como sujeitos distantes da realidade, sonhadores e alucinados, reforça uma tendência explícita da ideologia dominante na sociedade de naturalizar a realidade existente como a única possível e deslegitimar processos sociais com potencial de transformação. ( ...) A utopia permite uma ligação entre o presente e o futuro”. (António Inácio Andreoli). E ainda: “A utopia está lá no horizonte.(...) Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar” (Eduardo Galeano).

E se a Utopia for mesmo, de momento, o único sítio ‘viável’ a descobrir?
(...)

O enriquecimento ilícito e a(s) lei(s)...

No Porto, organizado pelo Centro de Estudos para a População, Economia e Sociedade ( CEPESE ), decorre o Seminário “A Economia da Corrupção nas Sociedades Desenvolvidas” uma temática que, nos tempos que correm, está cada vez mais, e pelas piores razões, na ordem do dia
A Directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida, uma das conferencistas do Seminário, voltou a insistir na imperiosa necessidade da criação do crime de enriquecimento ilícito como peça fundamental para a existência de um Estado mais transparente perante a exibição pública de poder e de dinheiro de um pequeno grupo, cada vez mais rico, que afronta a sociedade.
Para Cândida Almeida urge, de forma clara e inequívoca, a necessidade de alterar a(s) lei(s) por forma a “obrigar os titulares de cargos públicos a explicar a origem de património e rendimentos incompatíveis com o seu salário
Referiu, ainda, Cândida Almeida : “não concordo com a definição de corrupção no Código Penal. Está desactualizada com os tempos modernos e o conceito jurídico não corresponde à ideia popular da corrupção, existindo muitas vezes a confusão com a fraude fiscal e a cunha”
E, com algum desassombro, afirmou ser defensora do chamado pacote Cravinho – conjunto de leis penais apresentado, em tempo, pelo antigo deputado João Cravinho – que o PS, pura e simplesmente, chumbou …
Quem sabe se, um dia, na Justiça - para uma melhor Justiça – não se aplica(rá) aquele velho e relho ditado :
“... água mole em pedra dura, tanto dá até que fura”
Mas, com o PS, este PS, como parte da solução ?..

quinta-feira, 26 de março de 2009

Uma questão (de) lógica ...

No dia em que o Bloco lança uma campanha pelo sector público na energia, com um outdoor e um jornal gratuito, uma sondagem da Intercampus para a revista Visão conclui que a população portuguesa é claramente a favor de mais intervenção do Estado em sectores como a energia, saúde e educação.
71% dos inquiridos querem mais investimento público na gestão de recursos como a água, gás e electricidade e 61% consideram que este sector é melhor gerido pelo Estado do que por privados.
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terça-feira, 24 de março de 2009

Os Tempos da Crise

Tempo de medo – I

Já não há volta a dar! O medo tomou conta das pessoas, instalou-se nas empresas, desceu às ruas, manifesta-se e agita-se! Mas afinal, medo de quê?

Desde logo, da continuada e assustadora perda de empregos, mas sobretudo ‘medo do futuro’ – de não haver futuro para o emprego! – pois cresce a convicção que este atribulado presente se encontra refém das soluções do passado. Soluções que, no entanto, começam a evidenciar sinais de esgotamento, demonstrando não serem as adequadas ou não terem suficiente capacidade para superarem os impasses presentes e enfrentarem os desafios futuros.

Nem a certeza de que existe capacidade tecnológica para se poder inverter esta situação, para dotar as sociedades dos meios que lhes permitissem ser sustentáveis – e, do mesmo ponto, ‘sustentar’ os indivíduos que as constituem – torna as pessoas mais optimistas. Seguramente, impacientes pela demora, mas ainda assim, optimistas. Contudo, não é isso que se verifica. Porquê, então?

A resposta é conhecida, mas nem por isso se torna mais fácil dar-lhe a sequência devida: a organização económica, formal e informal, das modernas sociedades democráticas traduz-se, na prática, pela defesa, preservação e promoção de uma poderosa teia de interesses particulares – baseada no sacrossanto princípio da propriedade privada, regulada pela ‘mão-invisível’ do mercado e consolidada por uma ideologia consumista e produtivista, que lhe garante a áurea de ardente objecto de desejo, mas que, inalcançável, a todos consome numa permanente insatisfação. E ainda a percepção de imutabilidade, de que é praticamente impossível alterar ou pôr em causa a lógica de que se alimenta, substituindo-a por um outro paradigma social.

Pelo menos neste aspecto, as crises têm o mérito de abalar as convicções mais arreigadas e de pôr em causa até as certezas tidas como invioláveis e eternas. As crises, em geral, apelam à mudança como forma de resolver impasses e ultrapassar dificuldades. E a presente, porventura até mais que em qualquer outra, pelas próprias condições económicas, sociais e técnicas em que tem vindo a desenvolver-se, parece apostada em afirmar a mudança.

Há poucos dias referi-me aqui a algumas das mudanças que, de forma mais ou menos ampla, irão ocorrer em resultado desta crise – reorganização do trabalho, reconversão energética, maior controle público do sistema financeiro – só não sendo ainda muito perceptível o sentido exacto que cada uma destas irá tomar. De entre as tendências que parecem então poder emergir do nebuloso emaranhado de forças que nela se chocam, as expectativas, até agora, têm-se concentrado sobretudo nas soluções que começam a esboçar-se para as duas últimas, porventura por a sua percepção ser mais evidente ou se considerarem de aceitação pacífica, porque mais fáceis de acomodar ao nosso estilo de vida. Já relativamente à primeira (reorganização do trabalho), prevalece a ideia de que, passada a crise, tudo irá voltar ao que era dantes, continuando a apostar-se, quase exclusivamente – como se tal decorresse da natureza das coisas – no modelo tradicional de empresa baseado no empresário/empregador e no assalariado/empregado.

À parte os optimistas inconscientes e os liberais empedernidos, que continuam convictos de que tudo isto não passa de mais uma crise económica cíclica (para os mais radicais, até exacerbada pela indevida intervenção do Estado, que devia deixar o mercado actuar espontaneamente, seleccionando os mais capazes), a maioria das pessoas, mesmo as que até agora não foram beliscadas pelos seus efeitos negativos, não esconde uma crescente apreensão em relação ao futuro. Paira no ar uma impressão difusa de que alguma coisa não bate certo, que tende a expressar-se numa crescente agitação social dirigida a destinatários pouco definidos (muito embora os alvos fáceis sejam, agora e sempre, os governos, no mínimo cúmplices, é certo, do estado da situação!) – uma espécie de ‘acção contra incertos’.

O que não é possível esconder é que a principal preocupação da maioria das pessoas perante a crise centra-se na insegurança que resulta de uma eventual perda de emprego.
(...)

O selo e o cuspo ...

Sócrates, vaidoso, queria um selo com a sua foto para ficar para a posteridade o mandato no/do (seu) Governo.
Os selos são, então, impressos e vendidos e o (nosso) PM fica radiante!
Mas, dias depois, fica furiosíssimo ao ouvir reclamações de que o selo não adere aos envelopes.
O Primeiro-ministro, de imediato, convoca os responsáveis e ordena que investiguem o assunto.
Feito um rigoroso e urgente inquérito junto das Agências dos Correios de todo o país, foi rápida e facilmente descoberto que, afinal, não havia qualquer anomalia :
"Não há nada de errado com a qualidade dos selos.
O problema é que o povo está a cuspir no lado errado."

domingo, 22 de março de 2009

A "Taça da Cerveja" e as Flores de QUIM ...

Num péssimo jogo de futebol, do pior que tenho visto entre as duas equipas, muito quezilento e, acima de tudo, com uma equipa de arbitragem muito incompetente, defender três grandes penalidades, logo três, é digno de registo.
Assim, QUIM é mui justamente o (meu) único herói desta Final da "Taça da Cerveja".
Ele, QUIM, que é o melhor guarda redes Português, sem que tal (lhe) seja justamente reconhecido.
Safa-se, assim o Quim que - ironia das ironias - (in)voluntariamente, acabou por safar Quique ...
Pelo menos, por enquanto e até mais ver ...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Tá porreiro, pá !..

Com o apoio manifesto e declarado de José Sócrates, Durão Barroso é (re)candidato a Presidente da Comissão Europeia fazendo-se, assim, juz ao velho e estafado ditado que :
"os Amigos são para as ocasiões"...
Pelos vistos, não se pretende qualquer mudança, por mais pequena que seja, na liderança Europeia e, talvez possamos, todos e cada um(a), perceber melhor a inutilidade do "cherne" no cargo.
Eis, assim, e por isso, a Europa que temos;
se a Europa tem como expoente Durão Barroso :
« … não vai muito longe ».

quinta-feira, 19 de março de 2009

"Encontros na Diversidade"

Dia 26 de Março - 14h30m
Escola Básica nº 2, em Telheiras

quarta-feira, 18 de março de 2009

Bento XVI, o preservativo e a lucidez …

Bento XVI está em cruzada por África.
Uma região dotada de importantes recursos naturais, mas onde impera a fome, a doença e a miséria;
onde os muito ricos são uma minoria, enquanto os pobres, os muito pobres são a grande maioria;
onde, sem princípios e quaisquer escrúpulos, o poder é exercido por uma oligarquia que enriquece a olhos vistos e, como no caso de Angola, o mais alto magistrado da Nação se perpetua em funções sem que, para o cargo, tenha sido democraticamente eleito…
E, assim, e por isso, os pobres projectam e hipotecam as suas perspectivas de futuro na religião.
E se a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) não cumpre e tão pouco lhes dá esperança, outras religiões e seitas vão tomando o seu lugar, com projectos e propostas novas, embora do mesmo modo sem quaisquer consequências para a qualidade de vida material e espiritual dos respectivos fieis.
E é provavelmente preocupado com esta sangria, com a concorrência de outras religiões e seitas, que Bento XVI , agora e em cruzada, visita África para tentar separar o trigo do joio, qual guardião da “moral e dos bons costumes”… mas sem, pelos vistos, apresentar qualquer mensagem nova.
E porquê ?
Porque a ICAR não tem uma qualquer mensagem nova.
Estamos, infelizmente, perante o pior de Joseph Ratzinger - quando, e convém não esquecer, por 23 anos, foi o patrão e ideólogo da Congregação para a Doutrina da Fé ( o ressuscitar da tenebrosa Inquisição ) – e, agora, qual Inquisidor-Mor entende e defende, em África, que :
“a tragédia da Sida não pode ser resolvida só com dinheiro, nem pode ser resolvida com a distribuição de preservativos que pode até aumentar o problema”
Ora, numa Região onde o flagelo da Sida é manifestamente preocupante e as campanhas da Organização Mundial da Saúde (OMS) até têm tido resultados positivos, o papa, em pleno Século XXI, professa que :
… só os ensinamentos da ICAR são o único modo seguro de prevenir a disseminação da doença
Pela minha parte, estou devidamente esclarecido quanto aos propósitos de Bento XVI – que, neste caso, teimo em não confundir com a ICAR - e não espero, por uma questão de cobardia politica, que José Sócrates e este Governo, tenham qualquer reacção de condenação às declarações de Ratzinger quanto ao (não) uso do preservativo, tal como, de resto, outros Governos Europeus já o fizeram.
Afinal, o que é que podemos esperar do chefe da ICAR que cultiva o ritual por não ser capaz de, coerentemente e com resultados práticos, se colocar ao lado dos pobres e oprimidos contra a arrogância das injustiças ?
Não fora a temática da Sida um assunto demasiado sério e preocupante e faria minhas as palavras do teólogo Juan Masiá quanto à doutrina de Ratzinguer :
- “ não se sabe se havemos de rir ou de chorar …”

Políticas de Igualdade | Debate sobre a Globalização | Parte 1 de 10

Um interessante debate. Veja aqui os vídeos seguintes.

terça-feira, 17 de março de 2009

Tropeçar no passado ...

Acidentalmente e em Telheiras, encontrei um conterrâneo e antigo colega de Liceu; agora, Escola Secundária Antero de Quental, em Ponta Delgada.
Juntos, jogamos numa famosa equipa de basquetebol que, pese a (nossa) idade, se sagrou Campeã do Liceu derrotando na final uma equipa de "velhotes" do sétimo ano …
Fazia anos, muitos anos que não nos encontrávamos, pese embora ele continuar a residir em S. Miguel, a nossa Ilha, a qual visito regularmente; ainda assim, pese a “pequenez” da Ilha, nunca, e por lá, nos havíamos cruzado …
Hoje, porém, ao entrar numa Esplanada de um Café da minha rua, em Telheiras, e pese embora não nos avistarmos há mais de uma vintena de anos, reconhecemo-nos de imediato … e, então, lá desfiamos, com gosto e sofreguidão, o rol das nossas Vidas.
Ora, como é gratificante, por vezes, e quando menos se espera, dar um tropeção no passado …

segunda-feira, 16 de março de 2009

O(s) vazio(s) …

«… Instalámo-nos, portanto, na cidade.
Aí toda a vida é suportável para as pessoas infelizes.
Um homem pode viver cem anos na cidade, sem dar por que morreu e apodreceu há muito.
Falta tempo para o exame de consciência.
A vida torna-se assim completamente vazia.»
Leon Tolstoi, in «Sonata a Kreutzer»

sábado, 14 de março de 2009

A hora da verdade?

Com a reunião preparatória da cimeira dos G20, entre os ministros das finanças dos países que o constituem, inicia-se hoje, 14 de Março de 2009, a contagem decrescente para a realização dos dois acontecimentos que mais expectativas suscitam sobre o futuro económico – e necessariamente político – do planeta, em especial quanto ao que poderá vir a ser o desenho de um novo sistema financeiro mundial. E isso não obstante, neste momento, a economia real provocar mais preocupações que a financeira (que não parou ainda de surpreender com novos ‘escândalos’!), sobretudo devido ao desemprego que ameaça atingir níveis incomportáveis e transformar-se num problema social de consequências imprevisíveis. Contudo, os governos sabem que, no ponto em que ‘esta’ globalização colocou as sociedades actuais, sem a prévia estabilização financeira pouco ou nada podem fazer pela economia real.

Será, pois, das reuniões, primeiro em 20 de Março, na Cimeira Europeia de Praga, e logo depois em 2 de Abril, na conferência dos G20 em Londres, que previsivelmente sairão orientações (ou mesmo decisões) quanto à ‘nova’ estrutura da economia internacional e as linhas mestras do que se espera venham a ser, no futuro imediato, as regras básicas de funcionamento do sistema financeiro (este com dois dos três pontos da agenda, sintomático da importância que lhe é atribuída).

Na Cimeira Europeia, mais que as soluções técnicas para a crise, estará à prova a questão política da própria razão de ser desta União que se pretende mais que económica: será interessante avaliar o poder agregador do projecto europeu em momento de grave crise generalizada (atingindo tanto as economias fortes como as mais débeis e de menor peso), sobretudo através da tensão e correlação de forças que vier a estabelecer-se entre as denominadas ‘organizações regionais’ e o núcleo duro das pesadas locomotivas económicas, Alemanha à cabeça. A prova de fogo acontecerá logo a seguir, na reunião dos G20, pela capacidade em concertar uma posição comum perante as demais potências económicas mundiais, EUA, Japão e China, nomeadamente.

Mas será sobretudo aí, em Londres, para onde convergirá o poder de mais de 90% da riqueza do planeta, que irá emergir a verdadeira natureza das soluções que estão a ser preparadas para ultrapassar ‘esta’ crise: a reforma do sistema financeiro mundial (incluindo a das suas instituições mais representativas, FMI e BM); e medidas de relançamento da economia, o que significa, aqui também, perceber qual o papel destinado à organização internacional mais emblemática da globalização, a OMC.

As dúvidas, relativamente à primeira, centram-se apenas em saber até onde estarão dispostos a ir no tratamento dos ‘off-shores’.

Quanto à dinamização da economia, sabendo-se que o livre comércio é um dos sustentáculos ideológicos ‘desta’ globalização – que todos eles consideram inevitável e até benéfica – seguramente a sua maior aposta continuará a ser a de continuar a privilegiar esse princípio face a qualquer esboço de proteccionismo.

Ora, como toda a gente sabe mas é bom aqui recordar, tem sido a defesa do princípio do livre comércio (considerado vantajoso para todos a longo prazo !), que impôs ‘este’ modelo de globalização, construído na base da compressão e externalização dos custos – gerando esse nefando processo de deslocalizações selvagens de empresas, com as dramáticas consequências conhecidas, sobretudo a nível laboral e ambiental – em detrimento da universalização dos benefícios proporcionados pelos elevados e cada vez mais acessíveis níveis tecnológicos e organizativos.

É por isso que dificilmente se assistirá a qualquer alteração surpreendente, tanto a nível dos off-shores – uma das peças-chave na construção da ‘ideologia’ do livre comércio – quanto no domínio das principais regras em que se baseia a OMC – claramente favoráveis aos países ricos. Ainda assim convirá acompanhar com atenção – não vá a realidade surpreender toda a gente !

Em última análise, será a economia real a decidir o futuro do sistema, com bem mais rigor que o projectado por estes, no fim de contas, corresponsáveis pela crise!

O (sor)riso …

«De uma maneira geral, há muitíssimas pessoas que não sabem rir. Aliás, isso não é coisa que se aprenda: é um dom, não se pode aperfeiçoar o riso. A não ser que nos reeduquemos interiormente, que nos desenvolvamos para melhor e que superemos os maus instintos do nosso carácter:
- então também o riso poderá possivelmente mudar para melhor.
A pessoa manifesta no riso aquilo que é, é possível conhecermos num instante todos os seus segredos.
[...] Só as pessoas desenvolvidas do modo mais elevado e feliz sabem ser contagiosamente alegres, de uma maneira irresistível e benévola. Não falo de desenvolvimento intelectual, mas de carácter, do homem como um todo.
Portanto: se quiserdes compreender uma pessoa e conhecer-lhe a alma não presteis atenção à sua maneira de se calar, ou de falar, ou de chorar, ou de se emocionar com as ideias mais nobres, olhai antes para ela quando se ri
Fiodor Dostoievski, in «O Adolescente»

sexta-feira, 13 de março de 2009

Justiça : por aí abaixo ?..

. 16 de Abril de 2004, 21h43m;
. o telefone “toca” :
AD – Estou ?
AA – Então, amiguinho ?

AD – Estou a chegar …
AA – Portanto, você já está aqui na cidade, não é ?
AD – Exactamente
AA – Pronto… e então, eu … daqui por um bocado já estou na cidade mesmo, está bem ?
AD – Está bem, está
AA – É o tempo de eu sair daqui e estar lá, não é ?
AD – Está bem, está. Até já, então …
AA – Está amiguinho, até já
AD – Até já
. 16 de Abril de 2004, 22h18m;
. o telefone volta a “tocar” :
PC – Estou
AA – Estou, presidente ?
PC – Sim …
AA – Tudo bem ?
PC – Como está ?
AA – Olhe, eu virei, eu virei aqui, portanto para a zona da “Madalena”, não é ?
PC - Sim
AA – E agora ? Eu viro depois donde ? Que eu vim só no dia do seu aniversário
PC – O senhor virou onde diz “Madalena”, não é ?
AA – Exacto
PC – Vem, vem em frente… e sobe um bocadinho, não é ?
AA – Sim …
PC – Sobe um bocadinho e o senhor vira à esquerda …
AA – Certo
PC – Está a virar ?
AA – Sim, sim …
PC – E depois, vira à direita
AA – Certo
PC – E agora, vai por aí abaixo …

Eis um “naco” – se, assim, o entender pode (re)tirar as aspas – de um factualíssimo diálogo telefónico entre personalidades do mundo do futebol; ou, explicitando-me melhor :
personalidades sinistras, do submundo do futebol …
Quanto ao desenlace Judicial deste “imbróglio” será bem possível – tal como ao desligar o telefone, debitou o PC – “...e agora, vai por ai abaixo…”
Eis o estádio, em jeito de caricatura, da nossa (in)Justiça que - com mais ou menos virgula(s) – está, cada vez mais e infelizmente, e neste caso dos "futebois", a ir por aí;
por aí abaixo …
Oxalá, possa vir a estar enganado; Oxalá !!!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Daniel Costa, o Mestre …

Hoje, na Faculdade de Motricidade Humana, o meu Amigo Daniel Costa defendeu a sua Tese de Mestrado em Psicologia do Desporto :
Causas de Abandono (Drop-Out) d@ Praticante de Ténis”.
O Júri, constituído pelos Prof. Sidónio Serpa, Prof. Victor Ferreira, Prof. Duarte Freitas e a Profª. Catarina Sousa, foram unânimes na decisão quanto à avaliação da Tese que (em)presta um importante contributo para que possamos – os que estamos nos meandros do Ténis, mas não só … – perceber melhor a problemática, as razões, as causas próximas e remotas que levam os nossos atletas, rapazes e raparigas, a abandonar a modalidade.
Pessoalmente, considero o Daniel Costa um dos mais competentes e estudiosos Professores de Ténis em Portugal, a cuja competência e saber muito deve o Ténis Nacional.
O Daniel Costa é, também, um coleccionador de cursos;
licenciaturas em Direito e em História às quais acrescenta, agora, o título de Mestre; Mestre em Psicologia do Desporto.
Parabéns, ao agora Mestre e sempre Amigo Daniel !..

quarta-feira, 11 de março de 2009

Justiça : a importância da(s) virgula(s) …

Ontem, o senhor Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, afirmou perante a Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República, a propósito da proposta de lei do Governo sobre a violência doméstica, o seguinte :
“… tirem lá a virgula entre o sujeito e o predicado”
Esta pertinentíssima observação do senhor Procurador Geral da República, a propósito de virgulas, fez-me recordar um episódio ocorrido no Séc. XVI, ao tempo do Imperador Carlos V.
Carlos V, na iminência de assinar uma sentença de morte que dizia «Perdão impossível, cumprir a condenação», viu-se acometido por um ataque de magnanimidade e, antes de rubricar a sentença, resolveu corrigir a frase:
«Perdão, impossível cumprir a condenação».
Bastou mudar uma vírgula e salvou-se, assim, a vida de um homem.

A questão da(s) virgula(s), quando e se premeditada pelos legisladores, é algo de perturbador, de muito perturbador para uma Justiça que se pretende mais eficaz e, assim e por isso, tem razão, naturalmente, o senhor Procurador Geral da República.
A justiça pode, deve e tem que ser diferente.
A começar pelos legisladores.
Queira o poder político - os políticos do sistema - ter a coragem e a vontade de “fabricarem” leis sem quaisquer falhas;
sem virgula(s) de circunstância(s) …

terça-feira, 10 de março de 2009

5 + 7 = uma dúzia ...

Dedicado, e com todo o carinho, a todos os meus Amigos sócios e simpatizantes do "5P0R71NG"; em particular aos que, em tempo, leviana e precipitadamente, se esqueceram que :
- ”o nu nunca se deve rir do mal vestido”.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A tristeza de Cavaco …

Três anos (de)corridos na Presidência da República, Cavaco Silva está, agora e pelos vistos, “preocupado e até um pouco triste com a situação que o país atravessa”.
Eu, desta feita, até acredito na sinceridade de Cavaco.
Mas, soube-se mais durante este périplo de Cavaco Silva :
finalmente, vamos ter a oportunidade de ler um “pensamento” de Cavaco Silva.
A minha expectativa está em saber se os tais “escritos” de Cavaco, e para não variar, não serão mais do mesmo; ou seja :
- um "pensamento" com o obvio como obviamente ...

domingo, 8 de março de 2009

O Expresso da Meia Noite de 6 de Março

Casmurrice ou estupidez?

(A conselho do meu amigo Zé Sousa, aqui vai, com ligeiras adaptações, o comentário que havia produzido para um texto da sua autoria – ‘12,3%!’)

Assiste-se, hoje, diariamente, no comentário dito especializado sobre a CRISE (que a tanto obriga as intermináveis incidências desta), a uma espécie de pantomina ou ópera-bufa, não pelo tema escolhido, trágico de mais para se poder prestar à galhofa, mas na embiocada forma de tratamento dos comentários que pretendem explicá-la; não que a crise tenha produzido ou fosse pretexto para o aparecimento de uma nova espécie de comentador, mas porque os mesmos de sempre dão mostras de um contorcionismo tal que mais nos reportam ao circo que ao palco da vida.

A maioria destes empertigados comentadores – catedráticos, gestores de topo, técnicos altamente qualificados, ‘opinion makers’,... – recusam-se a aceitar, antes de mais, que erraram (ou que estavam errados); e depois, que é necessário alterar os mecanismos que conduziram à crise (quando muito, aceitam alguns retoques!). O mais grave é que mesmo antes de se discutir que tipo de alterações ou que tipo de mecanismos devem ser alterados, recusam-se simplesmente a aceitar o erro em que viveram dezenas de anos – o tempo das suas vidas, afinal!
Só conseguem raciocinar no contexto do mercado, de acordo com as reacções do mercado, ficam impotentes perante o mercado, pois este é que manda,... mesmo quando os mandar, presumo, atirar-se de uma ponte abaixo! Só que a realidade tem-se encarregado de empurrar todas as suas magníficas intenções e desastrosas decisões para além do que eles alguma vez imaginaram poder acontecer.

Até onde é que isto nos conduzirá? Ninguém o sabe neste momento, mas a posição deles mantém-se inalterada, puramente expectante: acreditam piamente (a sua sobrevivência continua a depender desta posição de fé!) que, passada a convulsão, tudo voltará a ser como dantes!

O debate no último ‘Expresso da Meia-noite’, da SIC, foi deveras elucidativo. Os entrevistadores, cépticos como qualquer mortal perante tudo o que está acontecer e no seu papel de lançar dúvidas e pôr questões, bem solicitavam dos 3 representantes da ‘situação a que isto chegou – precisamente um teórico, um técnico e um gestor, todos do topo – explicações convincentes para o que sucedeu e perspectivas para sair da crise. Todos eles se mantiveram irredutíveis e alinhados, recusando-se a encarar a realidade, preferindo construí-la à medida dos seus desejos! É certo que correm o risco de ela lhes cair em cima, porque ultrapassados por ela já o foram, mas não o admitem!

Na ausência de uma resposta satisfatória deste lado, viraram-se então para Louçã, a arcar sozinho as despesas da chamada à realidade e o ter de enfrentar estas ‘trutas matreiras’ – se bem que atordoadas pela avalanche de acontecimentos que, à revelia do que consta nos cardápios tradicionais, teima em não reagir às habituais receitas liberais!

Mas foi bonito de ver o encabulamento dos ‘três’ perante as explicações claras do Louçã, tanto na questão dos off-shores, como na proposta de utilização da (pública) CGD como instrumento de política no apoio à economia. Nem sempre as prestações do Louçã me convencem cabalmente, mas há muito tempo que não via um debate com tanto interesse, não obstante ter sabido a pouco. O Louçã ganha muito com este formato de discussão, pois é aí que ele pode expressar melhor a sua natural propensão para a exposição pedagógica, na dialéctica da argumentação.

Da outra parte, o habitual e estafado refúgio nas razões do mercado! Chega de atirar areia aos olhos das pessoas. Até os entrevistadores, a parte aparentemente mais neutra nesta discussão, sentiam necessidade de se voltar para o Louçã, na expectativa de, perante este contínuo esboroar do sistema económico, encontrarem respostas racionais e com algum sentido – e não apenas a insatisfação dos chavões do costume.

Quanto ao Duque, já por aqui bastas vezes referido e causticado, está a transformar-se, mesmo, no paradigma da casmurrice (será o reflexo dos óculos que o ofusca?). A rematar a vacuidade de afirmações produzidas, a ‘frase sensação’: “ A sensação (!) que eu tenho é que a Humanidade (??) não quer sair do modelo” (!!!). Até o ‘Ricardo Costa’ ripostou, incrédulo: “Não saímos já?

A propósito: existe alguma diferença entre casmurrice e estupidez?

sábado, 7 de março de 2009

ART – 20 anos a pensar Telheiras …

A Associação de Residentes de Telheiras (ART) já leva 20 anos de existência...
Hoje, a ART promoveu um encontro/debate com o propósito de reflectir sobre os 20 anos passados, analisar os tempos que correm e perspectivar o futuro;
no essencial, para que se “falasse” e reflectisse Telheiras : um Bairro em Mudança…
Tenho sido, ao longo de todo este tempo, um associado passivo da ART; meramente passivo, daqueles que se limitam, e tão só, ao pagamento das quotas.
Hoje, quer de manhã, seja da tarde, assisti a uma parte dos encontros/debates e percebi que a ART, 20 anos (de)corridos, é uma Associação que vem de longe e que para longe pode, deve e tem que ir …
Por isso, deve(rá) merecer o apoio de todos e cada um dos residentes de Telheiras !..

12,3%!


Este é o valor estimado para 2009 para o défice orçamental federal dos EUA em relação ao PIB! Segundo o artigo citado, de Mark Weisbrot do centro de estudos norte-americano CEPR, trata-se do dobro do 2º pior défice registado nas últimas 6 décadas!

«Obama's proposed budget has a deficit for this year of 12.3 percent of GDP -- twice the size (relative to the economy) of the next largest deficit in the six decades since the second World War.»

Isto dá uma ideia da gravidade da crise. Na Europa, a miopia, para não dizer pior, dos nossos líderes, continua a insistir numa cartilha cega. Insiste-se no cumprimento das metas do défice orçamental, quando estamos à beira de uma deflação como nunca conhecemos. A ignorância catedrática (disfarçada de rigor técnico) dos duques deste mundo - ontem na "Expresso da Meia Noite"- continua a comprometer uma saída o menos dolorosa possível para esta crise!

P.S. Eis mais um texto de Stiglitz (e Krugman), onde, apesar do que foi dito atrás, se critica as medidas tomadas por Obama como insuficientes e inadequadas:

«- Bankers can be expected to act in their self-interest... Perverse incentives fueled excessive risk-taking, and banks that are near collapse but are too big to fail will engage in even more of it. Knowing that the government will pick up the pieces if necessary, they will postpone resolving mortgages and pay out billions in bonuses and dividends.»

Ao contrário do que nos querem fazer crer (o duque!), a nacionalização (que será sempre temporária) da banca, nas circunstâncias actuais, até dá um jeitão! Aos banqueiros, pois claro!

«Socializing losses while privatizing gains is more worrisome than the consequences of nationalizing banks.»

«Trickle-down economics almost never works. Throwing money at banks hasn't helped homeowners: foreclosures continue to increase»

P.S. O Jon Stewart em grande, como sempre, a ridicularizar Rick Santelli, da CNBC, por este ter manifestado indignação pela ajuda do Estado às pessoas com dificuldades em pagar a sua casa. Considera uma ajuda de Obama aos "falhados"!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Falta de vergonha!

Ainda ponderei se valia a pena perder tempo e feitio com tão reles defunto (e daí o atraso nesta nota). Certo é que a espécie estrebucha, mas continua a arrotar postas de pescada e, aqui e ali, a fazer mossas. Porque importa não esquecer que foi esta enfatuada cáfila de danados – com o seu tão decantado ‘Fim da História’ (já morto e enterrado) – que pôs o mundo de pantanas, à beira do colapso, decidi enfrentar a ‘besta’, desprovido, embora, das adequadas tonsuras e responsos.

Vem isto a propósito de um pretensioso escriba que vegeta pelas páginas do DN, apostando na provocação indiscriminada a todos quantos ousem criticar, ou tão só discordar, da teologia do mercado e da agenda liberal (terrorismo à cabeça), armado em pindérico paladino de causas esconsas – a coberto da retórica agressiva de defesa da liberdade... a defesa da liberdade que mais preza, ele e a pandilha dele, a da ‘sacrossanta propriedade privada’! Como de costume, o DN do último domingo dava guarida à jactância deste bigorrilha, sob a forma de autêntico vómito: sem vergonha nem pudor, ousa afrontar um nome tão prestigiado como o do Dr. Fernando Nobre (FN).

Já por aqui escrevi antes sobre FN, homem de grande dignidade, inquestionável integridade e reconhecido exemplo de solidariedade. Que não enjeita a participação cívica e a oportunidade de intervir politicamente, como acontece agora na qualidade de mandatário da candidatura do BE ao Parlamento Europeu. A sua actividade, exercida em cenários de alto risco, em prol de múltiplas causas humanitárias em todo o mundo, apela a uma enorme coragem física e força de carácter, a austeridade é mesmo a única forma de sobrevivência nas condições de extrema dureza das situações a que ocorre. Características que – vá-se lá saber porquê... – não agradam a alguns!

Num estilo absolutamente repugnante, ainda que de forma estrábica e canhestra, este desprezível homúnculo não se coíbe de recorrer à negação da realidade e de utilizar o insulto, para melhor impor os seus pontos de vista. Acoutado no pomposo título de sociólogo – o que, na sua perspectiva, lhe garante cobertura para toda a espécie de dislates, mas que na realidade nada diz sobre a(s) actividade(s) que exerce (???), a não ser a de enfatuado diletante – no chorrilho de impropérios a que recorre, não se sabe o que mais surpreende:
- Se a ousadia de tentar denegrir ou mesmo sonegar a acção humanitária desenvolvida pelo Dr. Fernando Nobre, depreciativamente atribuída ao ‘espírito missionário que o embala’(!) – comparativamente, afinal, com a sua reles actividade prosélita de diletante ressabiado!
- Se a pesporrência do insulto soez e despropositado a um pensamento crítico (forjado no contacto com a realidade absurda de um mundo de profundas desigualdades), assumidamente livre, coerente e independente – proferido por uma mente perturbada e sem norte após o estrepitoso desmoronar do mito neoliberal.


Mas qual o pretexto para esta sanha cruzadista? É que FN – para além do seu apoio ao Bloco – no seu ‘blog’ pessoal (‘Contra a Indiferença’) ousou questionar a lógica liberal da ‘guerra contra o terrorismo’, pondo em destaque contradições que, no mínimo, deveriam fazer pensar (ao invés de reagir de forma pavloviana) – até por serem o testemunho vivido de situações reais! – em contraste com o discurso meramente especulativo, construído à base dos mais vulgares clichés liberais, de quem se toma por iluminado (pouco importa se por Deus – como Bush! – se pela razão – como gosta de exibir a maioria deles, talvez na tentativa de exorcizarem outros fundamentalismos religiosos). Todo este fervor sectário tem a sua Meca no Ground Zero (convergência de cumplicidades nostálgicas, pretexto para inflamadas diatribes). Mas a liturgia a que se entregam não consegue esconder o objectivo desta sua fúria securitária: a defesa do livre mercado e da propriedade privada, afinal o ‘santus santorum’ do sistema!

Normalmente o ego desta canalha é descomunal, 30 anos de poder quase incontestado fizeram-nos sentir os únicos detentores da verdade, alguns pensaram mesmo ter atingido o Nirvana do pensamento. A queda política de Bush, associada à crise económica, veio apressar a sua ‘debacle’ ideológica e enterrar definitivamente a famigerada tese do ‘Fim da História’ (o seu autor, honra lhe seja, já se havia antecipado a decretar-lhe o óbito!). O estertor em que se debatem torna-os raivosos, mas já dificilmente perigosos!


Aliás, tudo o que este assanhado liberal produz tem o cunho do sectarismo mais enviesado, mas por vezes bem elucidativo. Por exemplo, noutra parte da mesma prosa, a confissão, feita a propósito dos Óscares e depois de um chorrilho de comentários a despropósito sobre os males que afectam o cinema actual (para se ‘aliviar’ das tensões que o angustiam – por todas e à cabeça, o Iraque e o aquecimento global!), de que ‘das dezenas de filmes nomeados este ano, vi(u) parte de um e fugi(u) apavorado’!!! Qual o filme? ‘Milk’, sobre o assumido homossexual americano!

Afinal, do que este homem (?) precisa mesmo é de ir ao divã. Do psiquiatra, claro.

Os espasmos da nossa (in)justiça …

«… se o crime de enriquecimento injustificado estivesse previsto na lei portuguesa, Mesquita Machado seria, muito provavelmente, acusado».
Eis a conclusão do procurador responsável pela auditoria interna do Ministério Público, cujo relatório foi apresentado ao Conselho Superior de Magistratura, referente aos oito anos de investigação ( ou da não investigação ) ao autarca Mesquita Machado, o Presidente da Câmara Municipal de Braga.
Segundo consta do relatório, a PJ do Porto ter-se-á limitado a “recolher papeis em organismos públicos, como certidões, declarações de património e IRS” e chegou-se à conclusão, neste caso, que “quantidade ( número de volumes e apensos ) não significa qualidade”
Curiosamente – e ou não (?) – na investigação, que começou em 2000, só em 2008 - oito anos depois - é que Mesquita Machado acabou por ser ouvido no âmbito do processo.
Ora, como em Portugal, o crime de corrupção - por obra e graça do PS, deste PS e nesta legislatura - exige uma relação causa – efeito lá teremos, mais uma vez e para não variar, um caso em vias de arquivamento…
Mais um dos entorses da nossa (in)justiça, onde a corrupção e a evolução legislativa caminham de “mãos dadas”, bem dadas, com o beneplácito do PS …
De espasmo em espasmo, triste sina, esta, da nossa (in)justiça !..

quinta-feira, 5 de março de 2009

Fajã do Calhau : o dia F...

Este Blogue associa-se ao Dia F
F : de Fajã do Calhau …
Fajã do Calhau : uma zona que, integrando o Parque Natural, foi objecto de uma obra dantesca, resultando numa abjecta “cicatriz” na orla costeira de S. Miguel;
Fajã do Calhau : uma obra sem quaisquer estudos de impacto ambiental, sem ponderação de custos/benefícios, sem quaisquer garantias de viabilidade técnica;
Fajã do Calhau : uma obra sem projecto e sem orçamento;
Fajã do Calhau : uma obra aparentemente (?) sem dono;
Fajã do Calhau : uma obra de muitos e dúbios interesses;
Fajã do Calhau : um atentado ambiental consumado com o beneplácito intolerável e indesculpável de Carlos César e do Governo Regional dos Açores;
Fajã de Calhau : uma “estrada (quase) sem destino” que, depois de pronta :
- custará quanto ?
- servirá a quem ?
F
ajã do Calhau : para mim, claramente, um caso do Foro policial por forma a que se possa apurar responsabilidades ...

terça-feira, 3 de março de 2009

"Os coelhinhos do Louçã"



O Prof. João Duque escreveu, no passado dia 26 de Fevereiro, um artigo no Diário Económico, com o título "Os coelhinhos do Louçã". O título evoca a metáfora utilizada por Francisco Louçã na VI Convenção do Bloco de Esquerda. O tom do artigo é agressivo e a crítica bastante deslocada.
É certo que a metáfora utilizada por Louçã podia ter sido mais elaborada, mas ela tem fundamento e, para além do mais, numa Convenção não é suposto dar-se uma aula de economia. Parece-me, no entanto, que algo de mais profundo deve estar a incomodar o Prof. João Duque. O gráfico acima talvez ajude a explicar o quê.
Como dizia alguém, a guerra é demasiado importante para ser deixada aos generais. O mesmo se diga da economia. É esta a diferença entre Louçã e um João Duque. Mas, parece-nos que, apesar de tudo, este último está a fingir que não percebeu o significado da alegoria.
É evidente que dinheiro e capital são coisas distintas, mas a verdade é que a prática que levou a esta crise é que parece ter confundido uma coisa e outra. Se assim não fosse, a especulação financeira, o ganhar dinheiro com dinheiro - sem actividade produtiva - não teria atingido as dimensões que conduziram à situação que podemos constatar no gráfico acima, que nos dá a evolução da capitalização bolsista de alguns dos maiores bancos mundiais em cerca de ano e meio: é um verdadeiro buraco negro! Não teria conduzido à cada vez mais provável nacionalização de todo o sistema bancário norte-americano e britânico, os dois países símbolo do ultra-liberalismo económico-financeiro!
A referida alegoria alerta para o facto de que o dinheiro - o capital financeiro - não tem nenhum valor intrínseco, não gera valor por si mesmo, como aliás já notara Aristóteles ao reconhecer que, ao contrário do empréstimo de uma vaca ou de sementes, o empréstimo em moeda metálica não continha em si os meios da sua própria regeneração. Isto não significa a defesa ao retorno à troca directa, mas a consciência de que, de facto, só o trabalho humano gera os bens de que necessitamos. O próprio capital produtivo - os equipamentos, as máquinas, o "software" - resulta do trabalho. E a verdade é que a especulação foi premiada em detrimento do trabalho árduo, seja dos operários, dos cientistas, dos médicos, etc., como muito bem salienta Rui Tavares nesta crónica, referindo-se ao suposto talento dos financeiros, que justificou rendimentos fabulosos.
É curioso que João Duque acuse Louçã de deseducar o povo (!) e desmerecer o "Estado que o sustenta" enquanto professor de economia numa universidade pública por não utilizar uma linguagem técnica apropriada. Parece ignorar o que alguém dizia a propósito da verdade, que a exactidão pode ser inimiga daquela. Pois claro, as perdas potenciais no BPN, ou os avales concedidos pelo Estado não têm importância nenhuma. Claro que não! Então, porque há tanto problema com a Madeira? Mas o que preocupa João Duque é o "rigor" técnico, a diferença entre "Despesa" e "Investimento", de "Capital Próprio" vs "Passivo". Ora, muito bem! Mas o fundamental fica por dizer. Será que este investimento é de dinheiro sobre dinheiro? Será que não houve risco moral (premiar os faltosos) nos avales concedidos pelo Estado à banca? E a socialização dos prejuízos, mas não dos lucros? E os empréstimos da CGD para financiar a especulação de Berardos, Finos e Companhia. Será que nada disto merece uma consideração extensa do Prof. João Duque? Será que os pequenos investidores não foram defraudados?
Tem graça que não o vi criticar António Borges - ele sim, co-responsável nesta crise, na sua quota-parte, como professor e ideólogo numa importante escola de negócios liberal e ex-vice-presidente de um grande banco de investimento - e já agora, ex-futura esperança para líder de um partido político com responsabilidades de governo. Borges fez uma afirmação inacreditável sobre os "hedge funds", garantindo que não apresentavam nenhum risco sistémico.
Talvez o que incomode o Prof. João Duque é o falhanço dos instrumentos financeiros - derivados e afins - que ele também ajudou a difundir e o falhanço das entidades de supervisão das quais ele também era parte como consultor. Mas porque será a crítica dirigida a alguém que não tem nenhuma responsabilidade pela crise, nem nenhum poder efectivo? Tirem as vossas conclusões.

(In)gratidão …

E, entretanto, já lá se vão trinta e dois dias;
trinta e dois dias que estou ao “pé coxinho” … locomovendo-me com a prestimosa colaboração de um artefacto, as canadianas, das quais – e sem querer, de todo, ser ingrato, não guardarei gratas recordações …
S-i-n-c-e-r-a-m-e-n-t-e !!!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Impressões de uma viagem ao coração do ‘império’: lá como cá... (IV)

A realidade por trás dos arranha-céus

O que mais impressiona em Manattan a quem, como eu, a visita pela primeira vez, é sem dúvida aquilo que torna este imenso ‘bairro’ de Nova Iorque mais conhecido no mundo, os enormes, esguios e ainda assim muito belos edifícios que, como um imenso ‘puzzle’, constituem a sua arrojada, diversificada mas harmoniosa arquitectura urbana. Adivinha-se, por trás desta fachada estética, no interior destas colossais estruturas de aço, cimento e vidro, mais que em qualquer outro sítio do planeta, toda a diversidade e intensidade da vida que caracteriza as sociedades modernas. E não consigo evitar o desconforto de uma visão quase apocalíptica ao imaginar a possibilidade de, por qualquer motivo ou acidente, se vir a pôr em causa a base social que organiza toda esta agitação, de, por momentos, tudo isto entrar em colapso.

A extrema complexidade da vida nas actuais sociedades capitalistas, os diversificados interesses em confronto (acima de todos, naturalmente os de natureza económica mas também os de índole cultural, religiosa, social ou mesmo ideológica), o atávico receio de enfrentar a mudança pela percepção de perda que se lhe associa, tudo aponta para que a exigida alteração do actual paradigma social, baseado no mercantilismo e consumismo, surja praticamente impossível de alcançar num horizonte curto.

E, no entanto, se nada parece mais distante que essa perspectiva, nada se afigura também mais urgente, a menos que se pretendam ignorar os múltiplos e crescentes avisos, naturais e sociais, e atirar para as gerações futuras o odioso das soluções inadiáveis, porque difíceis, custosas e insuportáveis ao confortável modo de vida actual da minoria privilegiada que a ela tem acesso (menos de 20% da população mundial, que a tanto se resume o peso demográfico dos países ditos desenvolvidos!).

Enquanto me debato com estes dilemas aparentemente insolúveis fico a saber que, no outro extremo do planeta e depois de quase duas décadas em crise permanente, o Japão regista os piores indicadores económicos depois da Guerra (queda do produto, em 2008, ronda os 13%!) evidenciando a debilidade do modelo económico que fez outrora a sua grandeza, assente nas exportações. Outros países, com idêntico modelo, parecem igualmente ameaçados, como é o caso das emergentes economias do leste europeu, antes planificadas e de repente convertidas às maravilhas de um ultra-liberalismo serôdio e em decomposição.
Neste contexto não surpreende o surgimento, na América como no resto do mundo, de uma nova ameaça que paira sobre os pressupostos de eficácia de que se reclama o capitalismo, agora sob a forma de um novo proteccionismo económico (e contra todas as declarações de intenções): a par das medidas de política que, de forma mais ou menos velada, vão no mesmo sentido, nos autocarros lê-se, amiúde, “save our jobs, buy american”, nas televisões apela-se ao “repower american”!

Lá como cá, cresce a convicção de que, afinal, ‘comprar nacional é que é bom’! Mas quais os efeitos – agora, em momento de crise global – de um movimento proteccionista generalizado, nas já muito debilitadas economias? E que, como é lógico, favorece os mais ricos, a começar logo pelos apoios concedidos ‘por conta’ da crise, normalmente destinados ‘apenas’ às empresas nacionais? Afinal não é o individualismo mais feroz o gene mobilizador do próprio capitalismo? Como pensar, então, em ‘reconversão’ deste sistema em tempo de crise?

Com toda a probabilidade, pois, a ‘regeneração’ do capitalismo toma vantagem (para já) sobre a urgente ‘reconversão’ do sistema!

Torna-se impossível prever o que poderá vir a resultar do efeito acumulado das tendências enunciadas – reorganização do trabalho, reconversão energética, maior controle público do sistema financeiro – ou sequer qual o sentido preciso que elas irão tomar no futuro. Até porque não se sabe que novas surpresas nos reservam os desenvolvimentos da crise, em todo o mundo, ou mesmo que influência as medidas agora tomadas terão sobre o rumo dos acontecimentos. A única certeza, por enquanto, é a de que esta se irá aprofundar nos próximos meses, na área financeira, como agora sobretudo na economia real – seguramente muito para além do que é já conhecido!

Europeias 2009 ...

Hoje, apresentação da Lista de Candidatos e Candidatas às eleições para o Parlamento Europeu, assim como do Compromisso Político da Candidatura
Intervenções de :
Miguel Portas, Fernando Nobre, Marisa Matias e Rui Tavares
SEGUNDA, 2 DE MARÇO, 17h30
TEATRO S. LUIZ JARDIM DE INVERNO
Rua António Maria Cardoso, 38 - Lisboa