Na situação actual em que se encontra o nosso País, deveria existir um sentimento generalizado de bom senso e espírito de missão.
Os portugueses ficariam extremamente sensibilizados se os exemplos começassem de cima que, como todos sabemos, é um tema já muito rebuscado e fracassado, sempre que se fala ou até se pensa em semelhante tal.
O aparelho de Estado não prescinde das suas mordomias e tal como um Pai que não oferece bons exemplos a um filho também os nossos actuais e ex-governantes não dão sinais, quanto mais os tais exemplos, de solidariedade e compreensão, por quase tudo o que de muito mau tem acontecido e continua a acontecer.
Eles dizem que se preocupam e compreendem os sacrifícios de quem tem baixos salários e baixas reformas, sem nunca usarem o termo miseráveis, porque isso afecta o intelecto, não é bom para o ego e provoca náuseas. Mas o facto é que eles, os miseráveis, aí estão, todos os dias, cada vez mais.
Não consigo perceber, à semelhança do que se passa nos países nórdicos, porque é que os nossos governantes não se deslocam para os seus locais de trabalho pelos seus próprios meios, de transportes públicos ou nas suas próprias viaturas, tendo depois à sua espera, os respectivos carros oficiais e motoristas.
Não são histórias, muitos de nós já lemos e ouvimos falar destas evidências. Isto acontece porque são diferentes, porque são melhores, porque são todos cidadãos iguais entre si, existindo a diferença sem diferenças. Não é um paradoxo, simplesmente é assim!
Não percebo como os nossos ex-Presidentes da República não prescindem, não digo de todas, mas de algumas das suas mais dispendiosas benesses pelos serviços prestados à Nação, seria uma prova de solidariedade para com os mais desfavorecidos. São exemplos deste tipo que baixam a despesa pública, a carga fiscal e moraliza todos os outros à volta. Enquanto não se verificar este raciocínio, ninguém vai a lado algum e continua tudo mal, porque estão sempre todos à espera que haja um Messias que apareça ou que se adiante. É triste a nossa sina!
Penso que desta vez o Messias só virá quando todos tomarem consciência que temos de ser, «Um por Todos e Todos por Um ».
Ainda há pouco, ouvia na televisão, o Sr. Santana Lopes opinar sobre determinadas medidas para combater a pobreza e lembrei-me que quando ele chegou à presidência da Câmara de Lisboa não se esqueceu de encomendar um automóvel de topo de gama, mas por outro lado, esqueceu-se que o dinheiro para a referida compra também era um contributo dos impostos dos pobres, sim porque, os pobres também já pagaram e pagam impostos e é exactamente por causa destas mentalidades que ainda e cada vez mais pobres, os tais pobres. O antecessor deixou um bom automóvel. Era preciso um topo de gama que custou uma fortuna? Há muitos bons patrões de grandes empresas privadas de sucesso que embora ricos não esbanjam assim tanto dinheiro. O Estado não é rico, o País tem muita gente na miséria e meus Senhores, é preciso que haja respeito por quem anda a pagar impostos. Que eu saiba não votei em nenhum referendo para a compra de um topo de gama. Será que sentiu inveja do Rolls-Royce do Herman José? Mas o Herman é rico e o dinheiro é dele, não é o nosso.
Falsos moralistas que falam, falam, mas não dizem nada, como habitual. Cortinas de fumo!
Obviamente, mudei de canal, exactamente como nos serões de domingo, do canal 1.
Quando quero ouvir falar de pobreza falo com um pobre e sinceramente começo, peço desculpa pelo termo, a ficar chateado com tanta mentira, falsos moralismos de quem e donde vêm e de tanto chico esperto.
De facto o orador é bom mas a anestesia é tão forte que pode até matar. A quantidade de açúcar nos discursos de outros oradores também pode provocar danos irreparáveis.
Enquanto não chegarem os bons e verdadeiros exemplos, enquanto pensarem que o povo anda a dormir e não vê e enquanto pensarem que tudo não passa de fumaça, acautelem-se quando as paredes dos estômagos começarem a ficar coladas, porque aí, já não vão a tempo de lições de fraternidade e solidariedade, aí vamos todos sentir quanto custam os abusos e as incompetências dos convencidos iluminados.
Como os princípios e a educação dos filhos são da competência dos Pais, também toda a máquina que governa o povo, Presidentes, Ministros, Deputados, Todos, são responsáveis e devem executar as suas missões como missionários, porque se assim não for, de outro modo, não fazem falta nenhuma, deem o lugar a gente bem intencionada, que embora pouca, ainda existe.
São bem conhecidas algumas dessas Pessoas.
Deem bons exemplos porque o Povo somos nós todos e o que precisamos desesperadamente de acreditar é que assim, e só assim, será possível acreditar num Portugal melhor e tão bom como os famosos países nórdicos de quem tanta inveja temos.
Os exemplos dados são só alguns porque há quase uma infinidade deles e mais eficientes.
É uma questão de bom senso. Só isso.