A indecorosa exibição dos estatutos remuneratórios de um conjunto significativo dos gestores portugueses – tanto os ‘chorudos’ como os ‘chorados’ (ou manhosos) – confronta-se com o pano de fundo, é bom tê-lo presente, dos resultados persistentemente desastrosos evidenciados pela fraca (ou reles?) qualidade da gestão em Portugal, cujos resultados se reflectem desde logo na própria baixa produtividade do trabalho. Que, como se sabe, depende muito mais dos modelos e processos organizativos implantados nas empresas (portanto, da responsabilidade da gestão), do que do esforço e contributo dos trabalhadores, a maioria das vezes sem qualquer autonomia sobre a função que exercem (e com provas dadas, é bom recordá-lo, quando enquadrados por outros modelos de gestão, nomeadamente enquanto emigrantes).
Sem surpresas, portanto, aquele estudo que evidenciava, há já uns tempos atrás, serem os gestores portugueses os piores da Europa!
Até a famosa ‘lei’ da oferta e da procura para justificar remunerações tão excessivas aqui nada adianta (se é que adianta nalgum outro sítio, mas isso é outra história), pois é sabido como é que elas são fixadas: pelos próprios.
Nem é de admirar a fotografia tirada por entidades externas de que a cultura dos gestores portugueses é, reconhecidamente, autocrática, formal e individualista (não sabem trabalhar em equipa), cada grupo empenhado apenas no seu interesse particular e de curto prazo, falha de estratégia e de planeamento, portanto. A grande questão que se colocam perante qualquer novo desafio é: o que é que eu vou ganhar com isto?
Valorizado, mesmo, nesta avaliação sobre os gestores portugueses, só a capacidade de desenrasca (“criativo quando as coisas correm mal”) e de gingão (“notável à vontade nos relacionamentos interpessoais”).
É nosso fado aturar isto?
Sem surpresas, portanto, aquele estudo que evidenciava, há já uns tempos atrás, serem os gestores portugueses os piores da Europa!
Até a famosa ‘lei’ da oferta e da procura para justificar remunerações tão excessivas aqui nada adianta (se é que adianta nalgum outro sítio, mas isso é outra história), pois é sabido como é que elas são fixadas: pelos próprios.
Nem é de admirar a fotografia tirada por entidades externas de que a cultura dos gestores portugueses é, reconhecidamente, autocrática, formal e individualista (não sabem trabalhar em equipa), cada grupo empenhado apenas no seu interesse particular e de curto prazo, falha de estratégia e de planeamento, portanto. A grande questão que se colocam perante qualquer novo desafio é: o que é que eu vou ganhar com isto?
Valorizado, mesmo, nesta avaliação sobre os gestores portugueses, só a capacidade de desenrasca (“criativo quando as coisas correm mal”) e de gingão (“notável à vontade nos relacionamentos interpessoais”).
É nosso fado aturar isto?
2 comentários:
Por analogia, a maioria dos nossos gestores são como os engenheiros de obra feita.
Sabem muito bem mudar a decoração, os resultados são os mesmos do mesmo, senão piores.
Quando são melhores, ainda bem para todos.
Excelentes "postagens"; cap I e II
E, de facto, pese a inúmera propaganda do governo no sentido de acabar com essas assimetrias, ao que se assiste é a um governo, de facto, muito forte e valente com os "fracos" e, por outro lado muito, muito fraquinho com os "fortes".
Até quando ???
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