quarta-feira, 11 de março de 2009

Justiça : a importância da(s) virgula(s) …

Ontem, o senhor Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, afirmou perante a Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República, a propósito da proposta de lei do Governo sobre a violência doméstica, o seguinte :
“… tirem lá a virgula entre o sujeito e o predicado”
Esta pertinentíssima observação do senhor Procurador Geral da República, a propósito de virgulas, fez-me recordar um episódio ocorrido no Séc. XVI, ao tempo do Imperador Carlos V.
Carlos V, na iminência de assinar uma sentença de morte que dizia «Perdão impossível, cumprir a condenação», viu-se acometido por um ataque de magnanimidade e, antes de rubricar a sentença, resolveu corrigir a frase:
«Perdão, impossível cumprir a condenação».
Bastou mudar uma vírgula e salvou-se, assim, a vida de um homem.

A questão da(s) virgula(s), quando e se premeditada pelos legisladores, é algo de perturbador, de muito perturbador para uma Justiça que se pretende mais eficaz e, assim e por isso, tem razão, naturalmente, o senhor Procurador Geral da República.
A justiça pode, deve e tem que ser diferente.
A começar pelos legisladores.
Queira o poder político - os políticos do sistema - ter a coragem e a vontade de “fabricarem” leis sem quaisquer falhas;
sem virgula(s) de circunstância(s) …

1 comentário:

Anónimo disse...

Este é um dos problemas dos 'boys': os gabinetes de assessores estão cheios desta espécie nefasta, meninos (eles elas) cheios de prosápia e ambição, empertigados e a maior parte das vezes malcriados. Mas sobretudo analfabetos. E não é só no português: é a nível da competência técnica e da vida vivida (a tal de que falava o Guterres, o teorizador dos ditos). O pior é que essa infeliz circunstância acaba por influenciar também a qualidade da nossa já fraca 'qualidade de vida'. Negativamente, claro.

É a vida!