quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Exijam aumentos de 20, 30, 40%!!!

A solução para recuperar das perdas nos salários reais dos últimos anos, para recompor a Segurança Social, etc. foi encontrada!

Demagogia? Loucura? Não!

Em dia de greve da Função Pública, ouçamos mais uma erudita lição de economia do nosso brilhante professor César das Neves na sua habitual crónica no DN: A NORMALIDADE DO PÂNICO , a propósito da crise financeira internacional.

Eis algumas citações:

«A moeda é uma entidade única, de valor artificial»
«Simplesmente acreditamos que aquele papel vale o que diz»
«O dinheiro só vale enquanto dissermos que vale»
«Todos os bens ganham valor a partir da sua utilidade, mas a moeda, que não satisfaz directamente nenhum desejo humano, depende apenas da confiança que temos nela.»

Atentemos sobretudo nesta frase «O dinheiro só vale enquanto dissermos que vale» A sério?
É tudo uma questão de fé! E eu a pensar que a inflação é que era o problema. Afinal o BCE anda a enganar-nos! Esses infiéis!
Se é assim tão relativo, então, já agora, podiamos achar que valeria a pena termos aumentos decentes que
compensassem a perda de poder de compra dos últimos anos e nos permitissem fazer face aos aumentos da Euribor...

3 comentários:

Carlos Borges Sousa disse...

Cada vez me surpreende mais este "adiandato normal", que qual anormal, desta feita escreve este surprrendente(?) "A normalidade do Pânico"
Hilariente, se fosse só cómico ...

Anónimo disse...

‘Este’ pertence a uma subespécie no seio dos liberais de difusa catalogação: é um ‘liberal com fé’, mas nele conjuga-se a fé de duas religiões: a religiosa propriamente dita – católica, apostólica, romana – e a fundamentalista fé no mercado. E em questões de 'fé', torna-se difícil qualquer discussão!
O resto do artigo é então bem revelador das soluções que o ‘pensamento’ liberal tem para sair da crise e que passam por ‘nacionalizações temporárias’ como forma de sanear instituições falidas (à custa dos dinheiros públicos) para depois devolvê-las aos seus antigos donos. Um mimo que a opinião pública está a engolir, completamente desnorteada por este intenso ricochete de notícias e comentários, avanços e recuos. Pelo meio, bancos ‘seriíssimos’ que vão à falência, o que serve para acentuar ainda mais o desassossego (desespero, nalguns casos já) dos espíritos de quem passou uma vida a juntar meia dúzia de tarecos e teme, no meio da voragem, ser também engolido ou chamuscado.
No final os maus – os que cometeram erros, pois tudo está a ser reduzido aos erros humanos, imprudências ou – pasme-se! – meras tolices – devem ser punidos, e o sistema será salvo, para maior glória do reino dos céus. Amen.

José M. Sousa disse...

Hoje, na SIC Notícias, o Mário Crespo confrontava o Horácio Roque com palavras do Ministro das Finanças sobre a possibilidade do governo nacionalizar bancos privados. Comentário de HR : é um sinal de confiança para o mercado!

Quem diria! Que ironia da História! Agora os mercados sentem-se confiantes com a possibilidade de nacionalizações! Se não fosse sério, dava para umas gargalhadas!