"A ignorância é uma coisa vil, abjecta, indigna, servil, sujeita a inúmeras e violentíssimas paixões. Destes insuportáveis tiranos que são as paixões - e que por ora nos governam alternadamente, ora em conjunto - te libertará a sabedoria, a única liberdade autêntica.
Para chegar à sabedoria, um só caminho e em linha recta; não há que errar, avança em passo firme e constante. Se queres que tudo te esteja sujeito, sujeita-te tu à razão; dirigirás muitos outros, se a ti te dirigir a razão. Ela te dirá o que deves empreender, e que maneira; assim não serás surpreendido pelos acontecimentos.
Tu não podes apontar-me alguém que saiba de que modo começou a querer aquilo que quer.
E porquê?
Porque o comum das pessoas não é levada pela reflexão, mas arrastada por impulsos. A fortuna cai sobre nós não menos vezes do que nós caimos sobre ela.
A indignidade não está em «irmos», mas em «sermos levados», em perguntarmos de súbito, surpreendidos, no meio de um turbilhão de acontecimentos:
«Mas como é que eu vim parar aqui?»
Séneca, in «Cartas a Lucílio»
Um parágrafo, dois gráficos, algumas palavras.
Há 20 horas
2 comentários:
Excelente! Boa sorte!
Pois, meu caro, tudo o que está a contecer por esta altura no mundo parece mesmo o oposto do apontado pelo estóico Séneca. Mas não há que desanimar: esta é mesmo uma luta de muito longo prazo.
Para a luta imediata, aí nessas aprazíveis ilhas, que os resultados sejam animadores.
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