sexta-feira, 18 de julho de 2008

Apito "quê" ?..

Hoje, foi lido no Tribunal de Gondomar o acórdão relativo ao tão polémico caso "Apito Dourado".
Vamos aos factos:
- absolvição de Valentim Loureiro e Pinto de Sousa quanto aos crimes de corrupção;- o Tribunal considerou válidas, como meio de prova, as tão polémicas escutas telefónicas que escandalizaram quem não se encontra entre os meandros do futebol nacional;- Valentim Loureiro foi condenado por 25 crimes de abuso de poder, o que lhe irá valer três anos e dois meses de pena suspensa; perde também o mandato autárquico pela condenação por crime de prevaricação;- José Luís Oliveira - ex-presidente do Gondomar Sport Clube e vice-presidente da autarquia de Gondomar - foi condenado a três anos de pena suspensa pelos crimes de abuso de poder e corrupção desportiva activa;

- quanto à raia miúda, i.e. os árbitros, há cinco condenações e cinco absolvições, sendo que cada uma das condenações é substituída por pena de multa.
Resumindo e concluindo : o apito assobiou para o “ar” … e, assim, NINGUÉM VAI PRESO.
Depois das escutas telefónicas serem (indevidamente) do domínio publico, sempre pensei que, pela sua manifesta gravidade, seriam de esperar as mais duras consequências para os seus autores.
O Tribunal de Gondomar, os seu Juízes, no entanto e com esta decisão, emprestam uma imagem negra, triste e assombrosa à justiça portuguesa dando, assim, oportunidade a que os “podres” da sociedade se mantenham activos.
Salvo melhor opinião, penso que a impunidade só traz alento para que se continue a alimentar aquilo que se designa como “sistema” e entendo que, hoje, foi (mais) um dia negro para a magistratura portuguesa.
Como cidadão e como politico, procuro, todos os dias, uma sociedade mais justa e igualitária onde não haja lugar a uma justiça para ricos e outra para pobres, uma para espertos (quais “Valentins”) e outra para o cidadão comum, uma justiça para filhos e outra para enteados e, muitíssimo mais grave, um Estado (dos Juízes) num ecossistema Judiciário.
E, assim e por isso, é que denuncio aquilo que (me) “parece” enformar tamanha falta de seriedade e imparcialidade, esperando, um dia - quem sabe se com alguma ingenuidade (?) - que a justiça portuguesa possa, de uma vez por todas, limpar as nódoas de “fruta” e “chocolate” que por aí fervilham.
Em todos os domínios, que não só nos “futebóis”, para que, e de uma vez por todas, não possamos dizer, como agora, que :
os poderosos não corrompem,
abusam do poder; tal como os ricos, estes, não roubam, ... desviam dinheiro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Carlos,
Pelos vistos tambem acreditas em milagres. Achavas que esta GENTE ia ser condenada como deveria ser.
Há qualquer coisa que vai mal, muito mal com a justiça Portuguesa e os politicos não querem que este modelo de justiça mude.
Não sei se viste ontem o Marcelo a ser desmentido. Foi dado tempo de antena ao Pres. Ordem Advogados para se poder defender.

Carlos Borges Sousa disse...

Caro Anónimo,
I- sou agnóstico e, assim, estamos "conversados" no que respeita a milagres...
II - de facto, são os políticos que podem e devem - com as leis que aprovam e/ou não aprovam - ajudar a que possamos ter uma justiça melhor, ao serviço de todos os cidadãos. Mas, convém não esquecer que o todo é soma das partes e, assim, os politicos não são, felizmente e de facto, todos iguais.
III - Não vi o Marcelo e, tanto quanto sei, o Bastonário utilizou uma prorrogativa a que tem direito. Quem sabe se, com isso, as regras do jogo não se vêm a alterar; i.e.: por cada disparate de Marcelo não há, no programa seguinte, o repor da(s) verdade(s).
PS - já agora, e no que a Marcelo respeita, sempre que me "entra" pela casa dentro, sem que para tal seja "convidado", há sempre um comando por perto que (me) permite mudar de canal