Dois episódios recentes vieram animar o já de si bem animado mundo do futebol. Refiro-me, está bem de ver, por um lado à confirmação das penas por corrupção aplicadas ao Boavista e ao Presidente do FCP (não obstante a polémica, o ‘quorum’ é tão arrasador que dúvidas, se as há, só mesmo processuais, que é onde os corruptos normalmente se refugiam e encontram mais defesa!), por outro à agitada assembleia do SLB por obra de um conjunto de energúmenos (só isso?) atiçados contra o seu Presidente por este não ceder em aspectos relacionados com a legalização das claques.
Estabelecida assim a distinção, ela é suficiente para qualificar uns e outro, os primeiros de corruptos (ou tentados a sê-lo, ainda não percebi bem a distinção ética da coisa...), o segundo de homem honesto e impoluto? É óbvio que não, mas que traduz alguma coisa, disso não parece restar já qualquer dúvida.
O que, aliás, parece melhor distinguir um e outro clube, na luta contra a corrupção e a fraude no futebol (admitindo que ambos pugnam teoricamente por isso), é que o SLB conseguiu libertar-se (democraticamente, sublinhe-se) de um Presidente no mínimo de duvidosa seriedade (não obstante a repetida frase “vamos ser sérios” do aqui visado, o Vale e Azevedo, pois claro), em contrapartida o FCP tudo tem perdoado ao seu Presidente (o Jorge Nuno, pois então), apesar de hoje já ninguém duvidar, nem mesmo os seus mais indefectíveis apaniguados, que usou e abusou de esquemas no mínimo de duvidosa seriedade (para usarmos a mesma terminologia).
A principal diferença entre estes dois personagens, valha a verdade, é que ‘o’ do Benfica nunca conseguiu ganhar nada, ‘o’ do Porto já ganhou tudo e quase sempre ganha. Com a lisura e de acordo com as regras do jogo? É óbvio que não, até o Presidente da UEFA (Platini) está disso convencido.
Como também é admissível que se ‘o’ do Benfica, na altura em que dirigiu o clube, desatasse a ganhar tudo, assistiríamos porventura ao reverso da história:
– os adeptos tudo lhe perdoariam em troca dos títulos conquistados,
– muito dificilmente o próprio se encontraria em tão maus lençóis ou teria passado pelo que passou.
O que sustenta os corruptos, no futebol como no resto, são os sucessos – esta é a regra básica de um sistema que sujeita tudo ao crivo da competição. Vale tudo (aqui muito a propósito) para se atingir o resultado desejado. Enquanto estes durarem e isso for possível, dificilmente aqueles (e todos os esquemas que vierem a utilizar para o conseguirem) serão postos em causa.
Dois pesos e uma impunidade total
Há 5 horas
1 comentário:
Meu Caro,
É como diz/escreve e muito bem.
Penso que não fora os resultados desportivos que, de facto, o ex-namorado de Carolina Salgado tem apresentado e, de há muito, que as coisas estariam já em fase de clarissima mudança para aquelas "bandas".
Costuma dizer-se que :
"o último a rir... ri bem melhor"
É,muito sinceramente, o que desejo e espero... e mais cerdo que tarde dado que, infelizmente, não tenho o dom de acreditar em "justiças divinas"
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