«O aperfeiçoamento da Humanidade depende do aperfeiçoamento de cada um dos indivíduos que a formam. Enquanto as partes não forem boas, o todo não pode ser bom. Os homens, na sua maioria, são ainda maus e é, por isso, que a sociedade enferma de tantos males. Não foi a sociedade que fez os homens; foram os homens que fizeram a sociedade.Quando os homens se tornarem bons, a sociedade tornar-se-á boa, sejam quais forem as bases políticas e económicas em que ela assente. Dizia um bispo francês que preferia um bom muçulmano a um mau cristão. Assim deve ser. As instituições aparecem com as virtudes ou com os defeitos dos homens que as representam.»
Teixeira de Pascoaes, in «A Saudade e o Saudosismo»
António José Seguro ou um Almirante?
Há 4 horas
2 comentários:
Não conheço este texto, mas parece-me estar subjacente a esta citação um certo idealismo (no sentido filosófico do termo) na forma de encarar o homem e a sociedade. Não basta esperar pela transformação dos homens ( de maus em bons) para, como consequência, a sociedade se transformar, quase em resultado da mera adição de todos os indivíduos. Porque o problema é mesmo esse: e como é que os homens mudam? Apenas por simples conversão espiritual ou esforço intelectual?
Também já se provou que não basta tentar mudar o homem mudando a sociedade. Há uma dinâmica entre o indivíduo e a sociedade que é necessário ter em conta nos processos de mudança social, que é preciso saber utilizar no sentido, é certo, de, como pretendia Teixeira de Pascoaes, no final, ‘os homens se tornarem bons’. Mas para isso, lá está, é necessário agir também sobre as estruturas sociais.
Concordo, e em absoluto, com a observação crítica.
CBS
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