domingo, 20 de julho de 2008

A “cicatriz” da Fajã do Calhau …

Quando, em 11 de Julho, o avião que me trouxe para uma curta estada em S. Miguel procedia à “aproximação” à Ilha, reparei, e com alguma perplexidade, num “naco” de paisagem – que, então e pelo “ar”, consegui identificar como sendo no Faial da Terra – que mesmo visualizado àquela distância, apresentava um aspecto dantesco, agreste …
Pensei, então e para com os meus botões, o que seria de tão “estruturante” que se estaria, por ali, a construir ?
Longe estaria de pensar que o “naco” de paisagem que, então e vista do “ar”, me pareceu dantesca e agreste, não passa, afinal, duma grave ameaça e de um lamentável atentado ao ordenamento do território em S. Miguel.
Hoje, no Açoriano Oriental, o Estêvão Gago da Câmara em Grande Reportagem (http://www.acorianooriental.pt/ - link só para assinantes) , desenvolve, eu diria que denuncia, com muita acuidade e pertinência todos os contornos das obras de acesso à Fajã do Calhau.
Segundo o articulista, estamos perante uma obra sem projecto, cujo “dono” é a Direcção Regional dos Assuntos Florestais (DRAF) e da qual “não se faz a mínima ideia de quanto já foi gasto “
Veríssimo Borges, da Quercus, já havia em comunicado, há mais de um ano e com toda a veemência, denunciado o avanço desta obra “ sem Estudo de Impacto Ambiental, sem Projecto e sem Orçamento, sem garantia de viabilidade técnica , sem ponderação de custos/benefícios , ignorando o Ordenamento do Território (POOC e PDM), a Autarquia e os pareceres dos Institutos competentes (Laboratório Regional de Engenharia Civil, entre outros), ultrapassando todas as regras do bom senso e da legalidade, tais como a Discussão e o Concurso Público que deviam preceder obras desta envergadura, em que milhões estão a ser desviados e enterrados numa estrada sem destino …”
Ora, depois de lida e analisada a Grande Reportagem, com toda a atenção e em todos os seus contornos, só me resta , aqui e agora e modestamente no “Quebrar sem Partir”, manifestar a minha mais profunda indignação e juntar o meu protesto aos que, nos Açores e em particular em S. Miguel, têm denunciado esta escandalosa construção no concelho da Povoação.


Enfim, curioso estou em saber quem serão, mesmo, os verdadeiros interessados nesta “estrada sem destino”; dito de outra maneira : quem serão, mesmo, os proprietários dos terrenos da Fajã do Calhau ?
Será que alguém, d-e-v-a-g-a-r-i-n-h-o (por forma a que eu possa perceber), me consegue explicar ?..

4 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Borges Sousa,
Pelos vistos tambem na tua Ilha que tu muito adoras os atropelos ao ambiente e ao ordenamento do território são uma constante.
A denûncia, doa a quem doer, tem que ser uma constante.
Só com a luta se vence o abuso.
Boas férias.

Anónimo disse...

O governo deve estar a pagar favores a alguém, pensando que a obra não seria vista por ninguém durante a construção. Enganou-se,e são os próprios empreiteiros que até confessam que estão a ganhar muito dinheiro que de alguma forma a criticam e a dão a conhecer.
A LUTA ENTRE PARTIDOS POLITICOS PELO PODER É BOA PARA A DEMOCRACIA A ALTERNÂNCIA TEM OBRIGAÇÃO DE TRAZER PROGRESSO, MAS NÃO A QUALQUER PREÇO.
Nos Açores temos assistido a "guerras" entre politicos do PS e do PDS, estes em algumas autarquias com obras sem qualquer responsabilidade que se calhar muitos dissabores nos irão trazer no futuro.

Carlos Borges Sousa disse...

Caro Anónimo,
Alternância e ALTERNATIVA não são, necessáriamente a mesma coisa; alternância(s) é que temos tido, quer a nivel nacional, seja na Região Autónoa dos Açores.
Do que,em meu entender, precisamos é, mesmo, de uma Alternativa com um novo modelo de desenvolvimento económico, politico e social.

Sérgio Medeiros disse...

A estrada servirá cerca de 100 pessoas,e não será sem destino: Vai levar à Fajã do Calhau.