Pois, e para 2010, os Votos de muita Solidariedade, Amor, Amizade, Saúde, Paz, Pão, Habitação ... e muitas Lutas e outras tantas Vitórias !!!
Hoje, em Lisboa
Há 3 dias
Há qualquer coisa de perverso nas políticas económicas desenvolvidas por todo o Mundo para fazer face à crise, pois aquilo que todos parecem encarar como solução incontornável para lhe fazer frente, afinal demonstra-se, a longo prazo e nas condições actuais de funcionamento das sociedades (que já por mais de uma vez abordei), ser a fonte dos problemas com que presentemente se confrontam.
Incertezas, insatisfação, oportunidades...
É andando nos transportes públicos – uma “coisa” que governantes, chefes de gabinetes, assessores e quejandos da/na orla do poder não utilizam, pois fazem-se transportar em lustrosas “bombas”, com direito a motorista e pagos pelo erário publico – que se ausculta o sentir, o pulsar do pensamento da (nossa) “populis” …
Parece que foi ontem amigos.
O Boletim Estatístico do mês de Novembro, publicado pelo Banco de Portugal, revela que 2009 poderá ser o ano em que os portugueses mais investiram em paraísos fiscais.
Lançada por várias Associações de Trabalhadores Precários – FERVE, Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e Audiovisual e Precários Inflexíveis - decorre uma petição com vista a acabar com as injustiças nas contribuições para a Segurança Social, a qual pode ser subscrita AQUI.
Mais uma vez, solicito e quase parecendo um comissário político, Vítor Constâncio(VC), o principescamente bem pago Governador do Banco de Portugal (BdP), lá vai (em)prestando os seus palpites na “defesa” do Governo e, claro, do patronato.
O novo Governo, tal como lhe compete, acaba de nomear os dezoito Governadores Civis do/no País.
Enquanto, por um lado, os dados oficiais para o terceiro trimestre apontam para 547,7 mil desempregados e Portugal volta a cair no ranking da corrupção, por outro lado Armando Vara vai continuar a receber um salário de cerca de 30.000 euros, apesar de suspenso de funções.
Atónito, leio nos Jornais que, desde que é Presidente da REN - precisamente há dez anos -, José Penedos nunca entregou ao Tribunal Constitucional a respectiva Declaração de Rendimentos.
Na legislatura que ainda agora começou, a primeira Declaração Politica do Bloco de Esquerda esteve a cargo de Fernando Rosas que abordou o tema da corrupção, um tema que está – pelas piores razões – na ordem do dia da politica Portuguesa.
Robert Enke (1977-2009) suicidou-se ontem, aos 32 anos.
Ora, se a corrupção é um problema, um grande problema que mina e corrói a democracia, mui provavelmente este problema não pode(rá) ser resolvido pela mera retórica discursiva como, e de resto, se vem verificando por parte dos partidos do sistema e, muito em particular, pelo PS.
‘O crash de 2010’!
O José Carvalho, o Zé da Messa, foi assassinado (de)corre, agora, 20 anos ...
Eis que, e depois de um interregno bloguistico, regresso às lides ... e logo com esta surpreendente (?) noticia :
Não certamente por embirração ou impertinente fixação, de quando em vez tropeço na personagem. Sintetiza, na perfeição, o pensamento corrente dominante, ao reproduzir, de forma acrítica, a vulgata neoliberal (que verbaliza através das mais desgastadas expressões). Qualquer desvio a este fio de rumo, provoca-lhe mesmo um constrangedor desdém, extrai-lhe sorrisos de altivo desprezo, como que traduzindo a sua percepção do óbvio: ‘só não vê quem, por sectarismo ou ignorância, não quer ver’!!!
‘Tempos interessantes’ é o sugestivo título de um livro ainda recente de Eric Hobsbawm, dedicado a uma incursão intimista do autor ao longo do século XX, um tempo de grandes acontecimentos e transformações sociais. Longe a pretensão de estabelecer qualquer paralelo entre a narrativa do eminente historiador e os comentários aqui expostos. Simplesmente considero, não por consolidadas razões históricas de tramas e dramas, mas pelas enredadas teias a que se amarra actualmente o futuro incerto das sociedades, que se avizinham tempos deveras interessantes. Em termos de peripécias e dos seus efeitos. A nível global.
A contagem dos resultados das eleições legislativas trouxe-nos, como de costume, uma noite de sorrisos. Sorrisos amarelos, é verdade, e de variadas tonalidades, ainda assim, sorrisos. Do amarelo canário ao amarelo torrado, todos os partidos se muniram do plástico sorriso das múltiplas vitórias com que os respectivos líderes afivelam o rosto para se explicarem perante o eleitorado – sobretudo o que neles confiou, atribuindo-lhes o seu voto.
A RTP2 voltou a transmitir, na sexta-feira passada, um documentário sobre o colapso ocorrido, após centenas de anos de prosperidade, na polinésica Ilha da Páscoa, a mesma que Jared Diamond, num trabalho de 2005 recentemente editado em Portugal – precisamente intitulado ‘Colapso’ – considera uma metáfora do que pode estar para acontecer à Humanidade, caso não consigamos travar a tempo o processo de destruição acelerada dos recursos naturais do planeta. Processo que começa a manifestar sinais cada vez mais preocupantes de exaustão, que importa saber interpretar, por forma a evitar atingir-se a irreversível situação de colapso. Como os que a presente crise pôs em evidência – mas aos quais ninguém parece dar muita atenção.
Tenho dificuldade em acompanhar e concentrar-me nos temas desta campanha. Ou por, face à magnitude do que está em causa, me parecerem destituídos de sentido – como o da liberdade de informação, a propósito do desajeitado episódio da destemperada Manuela (a Moura Guedes, claro) – ou pelo tratamento enviesado que deles é feito – da crise financeira à economia em geral, da política fiscal às políticas sociais, do emprego aos investimentos públicos – onde o TGV parece ser a ‘marca de água’ das escolhas principais a fazer nesta emergência!
Faz agora um ano que estalou a crise que pôs o mundo à beira de uma catástrofe sem precedentes. A falência do Lehmans – depois da salvação ‘in extremis’ de alguns outros ‘monstros’ financeiros – desencadeou, por todo o ‘mundo ocidental’, uma tão imprevista quanto imparável onda de desconfiança na consistência do sistema e na sua capacidade para resistir à avalanche de derrocadas financeiras que se anunciavam eminentes. Valeu, na emergência, a avisada intervenção dos poderes públicos, dos EUA à UE, do Japão à China, através de colossais e nunca antes sonhados programas de apoios financeiros, com o dinheiro dos contribuintes a servir de bóia de salvação a instituições contaminadas pelos, só então descobertos (?), ‘activos tóxicos’!
O insensato (ou perigoso?) ‘alarmista’ que ousou proferir tal enormidade, a propósito dos efeitos das alterações climáticas, só pode ter sido algum tresloucado esquerdista ou descontrolado ambientalista (admitindo que esquerdista e ambientalista não comem do mesmo prato), em qualquer dos casos um irresponsável. Mas não, esta frase surgiu do sítio porventura mais improvável de aparecer, dadas as especiais responsabilidades do seu autor na compatibilização de interesses a nível mundial.
Consigo compreender a insistência com que a generalidade dos comentadores e partidos da esquerda vêm procurando demonstrar a necessidade de reforçar a procura interna como forma mais viável (ou mesmo a única) para, no imediato, se relançar a economia, se acabar com o flagelo do desemprego, enfim, se sair da crise – com isso apostando e propondo medidas que propiciam o aumento mais rápido do consumo, o que contribui para o inevitável agravamento das precárias condições materiais que sustentam a economia global actual e, consequentemente, a queda, a prazo, em novas crises cada vez mais profundas.
Por mero acaso, ao tentar mudar de canal, caio a meio de um aceso debate sobre ‘sector público - sector privado’ – pelo menos este é o tema que, no momento em que nele irrompo, Joana Amaral Dias desenvolve, com a emoção e a convicção que sempre põe na defesa das suas causas. Depressa me apercebo que o mote para a discussão de tal tema foi a proposta do BE sobre a nacionalização do sector energético (GALP, EDP,...), enquanto sector económico estratégico, para os consumidores e o futuro do País. Uma das opositoras, Estela Barbot (desconheço as suas referências) recorre à vulgaridade dos mais estereotipados argumentos, normalizados segundo o molde liberal anterior à crise, na defesa do insubstituível papel das empresas privadas na criação de valor (!), contra a negregada asfixia do cidadão pelo omnipresente e ineficiente Estado!!