quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Pedro Barroso : 40 anos de música e Palavras ...

Parece que foi ontem amigos.
Uma vida de sonho que me deram.
Uma vida de causas e destemor.
Uma vida de altos e baixos, com incompreensões e injustiças, mas também com êxitos e aplausos.
Destinado a ser professor, tudo começou no velho programa Zip Zip, onde há 40 anos recebi o meu primeiro cachet por actuar em Televisão.
Era ainda uma criança, acho eu. Mas mudou a minha vida.
Se hoje aqui estou, tanto tempo depois, testemunhando o vosso calor humano e a vossa atenção, é graças a esse episódio e à minha luta, feita de insistencias dificeis.
É graças também à vossa atenção e à vossa estima que o devo.
Ninguém tem êxito sem ter quem o aprecie. Ninguém vende o que ninguém quiser comprar. Ninguém circula por onde não houver caminho.
Que digo eu? Muitas vezes consegui circular sem haver estrada. E fiz a pulso as escarpas de um escrever e cantar que nunca andou pelas autoestradas da facilidade. Disco a disco, em editoras pequenas e alternativas. Palco a palco, arrostando com condições que não eram as ideais. Por sitios que não lembra ao diabo fazer espectaculos ali. Frente a um povo ora evoluido e atento, ora distraído e boçal.
E comentei para mim mesmo, surdamente, os dias maiores e os de amargura. E arqivei na memória tudo, desde as paisagens, aos romances de estrada, aos músicos que já partiram, aos petiscos regionais, aos solavancos do caminho.
Este próximo ano de 2009 - quarenta anos de estrada e palcos deixados para trás - quero compartilhar convosco esse louco e profundo conviver. Esse profundo viver português, em que desafio o mais pintado a ter estado lá, onde eu estive e cantei e toquei, ao longo de milhares de horas, milhares de quilometros, milhares de abraços, milhões de notas e palavras.
Espero em 2009 fazer uma tournée nacional que justifique e consolide uma vida que escolhi.
Mas para isso vos peço que se mobilizem localmente e me ajudem a satisfazer esse desejo de chegar - num folego que ja me vai faltando...- a estar em toda a parte onde valha a pena.
Celebração de mim com a vossa cumplicidade maior.
Afinal, como tudo sempre foi.
Por isso o meu imenso obrigado.
O velho trovador ainda está de pé e nunca se venderá, eis a minha única forma de vos agradecer.
Pedro Barroso
PS : Pedro, eu vou lá estar ...

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