quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

"Declaração Ecossocialista de Belém"

A Escolha da Humanidade (*)

A humanidade enfrenta hoje uma escolha extrema :
- ecossocialismo ou barbárie.
«Não precisamos de mais provas da natureza bárbara do capital, este sistema parasita que explora a humanidade e a natureza.
Seu único motor é o imperativo rumo ao lucro e logo a necessidade de crescimento constante.
Ele cria produtos desnecessários de maneira dispendiosa, drenando os limitados recursos naturais e dando em retorno toxinas e poluição.
Sob o capitalismo, a única medida de crescimento é quanto é vendido cada dia, cada semana, cada ano - incluindo vastas quantidades de produtos que são diretamente prejudiciais aos seres humanos e à natureza, produtos que não podem ser produzidos sem espalhar doenças, destruir as florestas que produzem o oxigênio que nós respiramos, devastar ecossistemas, e tratar nossa água e ar como se fossem esgotos do lixo industrial.
»
(*) “Declaração Ecossocialista de Belém” que começou a ser preparada em 2007, com a eleição de um comité eleito na Conferência Ecossocialista de Paris e foi distribuída e discutida no Fórum Social Mundial em Belém do Pará, em Janeiro de 2009.
Ler mais ...

1 comentário:

Anónimo disse...

Não posso estar mais de acordo com tudo o que é dito neste relatório: com a perspectiva, com a metodologia da crítica ao capitalismo, com os objectivos definidos para uma alternativa ecossocialista. Aliás, muito do que tenho escrito aqui vai no mesmo sentido, ainda que a minha preocupação seja tentar ir à raiz do problema, que, na minha perspectiva, está na lógica do valor (ou da mercadoria) que controla e regula toda a organização social – e que explica, por exemplo, o furor desenvolvimentista (defendido também por muita gente è esquerda) que está na base desta catástrofe anunciada.
Considero, pois, que sem se alterar esta perspectiva dificilmente alteraremos o rumo actual das nossas sociedades. O que, logicamente, se apresenta quase impossível de acontecer no imediato – quando, afinal, começa a escassear o tempo – pois a teia dos interesses, grandes e pequenos, está muito difundida (eu diria ‘culturalizada’) e ninguém está disposto a abdicar, desde logo, do seu conforto.
O trágico desta situação é que o diagnóstico é conhecido (ainda que possa ser exposto por múltiplas formas), todos parecem conscientes dos efeitos catastróficos de se adiarem as soluções que também se encontram já identificadas, mas não se faz nada ou faz-se muito pouco para se poder travar, já não digo inverter, este processo para o abismo (ou colapso).
Terá mesmo de acontecer alguma catástrofe para que sejam adoptadas as medidas necessárias? E quando isso acontecer, ainda se irá a tempo? É claro que a opinião pública mundial desempenha aqui um papel essencial. Mas também não acredito que esta seja possível de mobilizar apenas através da pedagogia e da acção política. Sobretudo porque esta é lenta a produzir efeitos e tempo é o que parece já escassear!