quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O banqueiro funcionário público ou o funcionário público banqueiro!

Confuso? Pois é! João Rendeiro, na apresentação do livro "João Rendeiro - Testemunho de um Banqueiro" confessa, segundo o Jornal de Negócios, que ainda mantém o vínculo à função pública! Pelos vistos, agora nestes tempos de crise, até os banqueiros já não têm vergonha de se "identificarem" com a função pública. Querem ver que o pobrezinho, em risco de ficar desempregado, ainda volta para o ministério da indústria (hoje da economia)!?
João Rendeiro terá obtido uma licença sem vencimento por tempo indeterminado (!?) e dedicou-se à gestão de fortunas. Este país é pródigo em surpresas destas. Mas esta notícia também é reveladora da farsa que é a reforma da administração pública. Ninguém reparou que este senhor ainda lá estava registado? Sempre era menos um para a estatística! E quantos mais haverá? Já ouviram falar de "risco moral"? O Jornal de Negócios até ironiza: agora (pré-falência do BPP) já percebemos porque é que ele nunca se desvinculou....

3 comentários:

Carlos Borges Sousa disse...

Caro Zé,
Tens todas as razões para te indignares; na circunstância, João Rendeiro é só um entre os muitos mais neocons que pululam pelo Compromisso Portugal e que, capciosamente, mant~em compromissos com a Função Publica.
É o Pais Real ... meu Amigo !!!

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

O que mais irrita em toda a operação que está a ser gizada para salvar o BPP é o autêntico jogo de sombras montado para fazer crer à opinião pública que não é o Estado que se encontra a apoiar (não o faz directamente, mas através de intermediários’ - o sindicato bancário!). Depois diz (ou manda dizer pelos jornalistas) que se trata de ‘operação muito complexa’ que é para não ter que adiantar muitos pormenores sobre a mesma, pairando a ideia de que ‘tamanha complexidade’ só está ao alcance de especialistas. A verdade é que, com ou sem penhores ou quaisquer outras garantias a prestar pela instituição ‘naufragada’, esta é, no fim de contas, uma operação triangulada vulgar, fácil de perceber e nem sequer muito difícil de montar (trabalhosa talvez, pelos múltiplos intervenientes e elevados valores envolvidos).
Reconheço a incomodidade da justificação desta operação junto da opinião pública, pois trata-se de um apoio descarado a milionários. Na minha perspectiva havia que separar as duas principais componentes em jogo – a do simples depositante (apesar da natureza do Banco, existia também) e a do aplicador (especulador ou outros) – garantindo-se a primeira de acordo com o limite vigente (100.000€) e deixando-se ‘cair’ a segunda. Tudo seria mais transparente e o tal risco sistémico que toda a gente agora tanto teme ficaria muito atenuado, senão mesmo afastado.