Ao contrário provavelmente da maioria, a vitória de Obama nas presidenciais americanas não me suscita, para já, especial entusiasmo. De certo modo, reajo como os mercados bolsistas: já tinha ‘descontado’, há muito, o principal efeito positivo desta eleição (fosse qual fosse o vencedor...), o aguardado e inevitável afastamento de Bush e do bando mais ‘negro’ (no sentido de nefasto, claro) da história recente dos EUA (com Reagan ainda não eram bem conhecidos, na sua totalidade, os efeitos das políticas que protagonizou!).
Agora é tempo de ‘cobrar’ do candidato eleito, pelo menos algumas das mais emblemáticas promessas eleitorais feitas ao longo da campanha: nos domínios da guerra imperial, dos direitos humanos a nível interno, da aceitação de um mundo multipolar, do consequente multilateralismo nas relações internacionais, da protecção do ambiente, da reorganização do modelo social norte-americano e, em especial, do seu sistema de saúde,...
Mas aqui desconfio que nos estão reservadas algumas surpresas. Seguramente nem todas agradáveis. Mas vamos esperar para ver...
As expectativas criadas por esta eleição, dentro e fora de portas, foram – estão a ser – enormes. O momento não podia ser mais propício à mudança anunciada. Que tem na longa experiência comunitária na resolução de dificuldades sociais do presidente agora eleito, um trunfo que pode vir a revelar-se decisivo. Para já, seguro, seguro, ‘apenas’ o inegável efeito positivo – de influência essencialmente psicológica mas que pode vir a revelar-se decisivo para o futuro – que traduz o facto de um negro ter ascendido à liderança do supremo sistema de poder do mundo. O que não é coisa pouca!
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1 comentário:
Também a mim, muito sinceramente, não auguro nada de muito especial, de diferente com esta eleição de Obama, embora reconhecendo que não pode, pelo menos, ser pior que G.W.Bush ...
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