Com muita perplexidade e natural preocupação leio, atónito, este artigo de Paulo Morais – ex-vereador da Câmara Municipal do Porto, da gestão Rui Rio - que, pura e simplesmente, (re)clama por Justiça.
O artigo merece, naturalmente e em meu entender, ser lido com toda a atenção, considerando que Paulo Morais não pode, na circunstância e de todo, ser mais claro e cristalino quando refere :
“ …quem, como eu, conhece as teias que a corrupção tece neste domínio tem o direito e o dever de identificar os casos, os responsáveis e os culpados. Assim, ao longo de anos, venho carreando para o sistema de Justiça documentos que atestam os crimes, os actores políticos envolvidos e os empresários que tentam (ou conseguem) corrompê-los. Venho ainda explicando de forma detalhada como se urde esta malha, quais as conexões entre Administração Central e Local, por um lado, partidos políticos e interesses económicos, por outro”
Fico muito mais perplexo e claramente muitíssimo mais preocupado quando, e pela leitura do artigo, fico a saber que :
“…estas são hoje as formas mais sistemáticas de transferência da riqueza que é de todos para as mãos de alguns, tornando os ricos cada vez mais ricos à custa de pobres cada vez mais pobres.
Volvido todo este tempo - após inúmeros depoimentos no Ministério Público, em Lisboa, no Porto, na Polícia Judiciária - penso que é tempo de clamar por justiça. Já o fiz nos locais próprios. Tomo agora a iniciativa de o fazer publicamente.
Por ora, em meu nome, e por imperativo de cidadania, peço justiça.
Mais: em nome de todos quantos empobrecem à mercê destas máfias que nos dominam, exijo-a.”
Ora, considerando todo o manancial de informações "ofertadas", do que estará, ainda e agora, à espera a Procuradoria Geral da Republica ?
Então, e por tudo isso, não será legítimo perguntar :
- porque é que a "coisa" não anda ?..
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2 comentários:
Mesmo descontando algum eventual exagero na afirmação de que "estas são hoje as formas mais sistemáticas de transferência da riqueza que é de todos para as mãos de alguns", o certo é que não se compreende a razão de não se avançar com uma investigação séria sobre estas situações, face às denúncias existentes. Até porque elas constituem uma das principais causas de descrédito da política (por via dos políticos sob suspeita). Para além, naturalmente, dos elementares princípios de justiça.
Será que este é mais um Procurador-
Geral da República na senda dos anteriores incompetentes/medrosos que ocuparam o cargo? Se sim, isto é desesperante.
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