quarta-feira, 7 de maio de 2008

"Meninos rabugentos"


A Senhora Dra. Maria José Morgado também é magistrada e aceita o recentemente nomeado Director da Polícia Judiciária ( Almeida Rodrigues ) por ser um operacional de carreira com muita experiência e sucessos em casos de investigação que se tornaram bastante mediáticos.
Parece-me, sem dúvidas, que se trata aqui de competência.
Mas, penso eu e tenho a certeza que também uma grande parte dos portugueses pensará que tinha que vir à baila qualquer coisa que não haveria de estar bem. Infelizmente, já estamos todos habituados a estes desabafos lastimáveis: “Não é um juiz ou um procurador e então, ai jesus!, que temos que nos pôr a pau”.
Afinal onde está o espírito de missão, onde está a tolerância, onde estão todos estes chavões?
Reconheço que é a primeira vez que é nomeado alguém com este perfil e que há outros magistrados nos quadros internos desta polícia mas, e depois?... não há sempre uma primeira vez para tudo? Qual é afinal o complexo destas pessoas, será de superioridade ou de inferioridade?
Por acaso este Senhor que foi nomeado até é licenciado em direito, agora imaginem a bronca que seria se assim não fosse.
Só pretendo deixar aqui a minha opinião e vontade expressa e permitam-me a arrogância de vos transmitir o seguinte:
Eu sou Português, tenho todas as minhas obrigações fiscais zelosamente em dia, procuro aperfeiçoar, diariamente, os meus deveres de cidadania e portanto tenho o direito de poder exigir e dizer, eu quero lá este Senhor, não tenho confiança noutra pessoa qualquer porque este sim, inspira-me confiança, conhece o terreno, tem experiência e sabe como e o que é preciso para o cumprimento das missões da polícia melhor que outra pessoa qualquer.
Deixem o homem trabalhar, deixem-no demonstrar os seus conhecimentos e perícias e depois critiquem o que tiverem que criticar. Já estamos cansados, é sempre a mesma treta! Parecem meninos rabugentos!
Senhor Director, o Senhor vai defrontar dois desafios, os criminosos cá fora e as dores de cotovelo aí dentro.
Desejo-lhe coragem, determinação, liderança e boa sorte.
Só mais uma coisa, devolva aos portugueses a garantia de poderem passear na rua e dormirem à noite, descansados e com segurança.
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4 comentários:

Carlos Borges Sousa disse...

Meu caro,
Ora, e já que a "coisa" não tem funcionado com os senhores Juizes e Magistrados (será que alguém tem dúvidas que não tem, mesmo, funcionado ) também não percebo (?)da razão para tanto sururu por parte dos senhores Juizes e Magistrados.
O que me preocupa, mesmo, é o Governo que se apresta (sózinho) a dar "corpo" ao SUPER-POLICIA.

Anónimo disse...

Uma das características deste Governo tem sido o de tentar afrontar algumas corporações instaladas (por inércia, inépcia ou mesmo conivência do Estado). Nuns casos bem, noutros menos bem, por vezes bate e cresce, noutras bate e foge.
Aqui, não sei bem como situar a situação, desconheço os meandros das polícias. Sei é que a área da justiça, pilar fundamental de um Estado de direito, constitui um rotundo falhanço democrático, a que, seguramente, não são alheios juízes e magistrados (em primeira linha). Contudo, estes, por uma interpretação das normas, mais corporativa que jurídica (para não dizer ética), atribuem-se poderes e prerrogativas acima dos comuns dos mortais.
Duvido muito deste corporativismo póstumo...

Carlos Borges Sousa disse...

Nem de propósito : hoje no Publico, António Martins, Presidente da Associação Sindical de Juízes, manifesta-se contra a nomeação do “policia” para Director Nacional da PJ
Diz, aquele senhor, que: “enquanto cidadão, se sentiria mais descansado se o cargo de director da PJ fosse ocupado por um magistrado”
O senhor “sindicalista” compara, ainda, a PJ : a um jogo de xadrez em que as pessoas começaram a ser movimentadas há muito tempo , sendo esta movimentação mais uma pedra”
Ora, eu sem perceber porque razão objectiva não vou à “bola” (i.e. : não tenho qualquer simpatia) pelo senhor “sindicalista” dos Juízes, discordo em absoluto :
- é que, enquanto cidadão, a passagem de magistrados pela PJ – salvo raríssimas excepções -não me têm deixado NADA descansado.
Os resultados ( ou melhor : a falta deles ), falam por si !!!

VRMendes disse...

Vamos ver, não faço apostas.