quinta-feira, 1 de maio de 2008

Dia do Trabalhador (e do Empregador)


Hoje é dia do trabalhador, com todas as demonstrações de rua que este dia sempre contém.
De facto há situações gravíssimas de precariedade de trabalho que nos fazem pensar que o ser humano já é só um ser e que, de humano tem muito pouco ou nada.
Senão vejamos: como é que se pode compreender que um “patrão” tenha a certeza que a sua “barriga” e a dos seus filhos, e amigos e conhecidos e..., seja mais importante que a dos seus colaboradores que se esgotam, diariamente, a trabalhar para que a sua Empresa seja um sucesso.
Mas e agora, temos que falar daqueles muitos seres humanos que têm colaboradores a trabalhar consigo e que, chegado o fim do mês, primeiro pagam os ordenados e depois, se restar algum dinheiro, então retiram para si.
É verdade. Estes outros que existem, são “compadres” dos seus colaboradores ( porque lhes baptizaram os filhos, e/ou casaram as filhas) e são os primeiros a ajudar e a compreender que a vida está má para todos. Quantos trabalhadores demonstram a sua gratidão a estes seres humanos de excelência que, não são mais do que pessoas anónimas, vulgares, mas grandes.
Na discussão do acordo laboral, provavelmente existirá(ão) algum(uns) ponto(s) que deverá(ão) ser revisto(s) ou retirado(s) do texto; no entanto penso que qualquer acordo que não deixa margem de manobra para ambos os lados não será um bom acordo. Dizem alguns que este acordo poderá levar a que o patrão despeça um empregado porque “não gosta da cor dos olhos”. Não acredito nisso nunca acreditei. Por todo o mundo os acordos bilaterais e únicos entre o Colaborador e a Empresa estão a ser cada vez mais frequentes. Em alguns Países não existem Empresas nem Trabalhadores, existe tão somente gente com fome e sem aptidões para trabalhar.
Quantos de nós, no nosso dia a dia, nas Empresas onde trabalhamos podemos apreciar colegas que, se fossemos patrões, nunca contrataríamos.
Nunca devemos esquecer-nos que “ No mundo há riqueza suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para alimentar a ganância de cada um.” (Gandhi)

4 comentários:

Carlos Borges Sousa disse...

O problema, é quando, na oposição, se era contra o código Bagão Félix e "isso" fazia parte do programa eleitoral; agora,com este novo código que o governo quer "negociar" com os parceiros sociais só se vislumbra mais precariedade e mais liberdade para despedir ...

José M. Sousa disse...

Eu não sou daqueles que acham que todos os patrões (empregadores) são odiosos e todos os trabalhadores são vítimas. No entanto, em termos gerais, excepto eventualmente em áreas muito determinadas, de profissionais altamente qualificados, existe uma assimetria de poder de negociação entre empregador e trabalhador numa relação bilateral, daí a figura da contratação/negociação colectiva para equilibrar as coisas. É evidente que há bons e honrados empregadores e há péssimos trabalhadores. Infelizmente, no entanto, em termos gerais, a nossa classe empresarial é ainda muito limitada (basta ver a boçalidade de tantos que por aí andam). Poderão não despedir pela cor dos olhos, mas a figura do despedimento por inadaptação pode aumentar a discricionaridade (e já existe a figura do despedimento por justa causa). A lei não pode fazer depender as relações laborais da eventual generosidade/esclarecimento de alguns empregadores. Depois, uma boa gestão de RH com os incentivos/desincentivos correctos pode resolver muitos problemas.

Anónimo disse...

Ora aqui está uma forma polémica de abordar um tema polémico.
(Dada a sua extensão inicial, este comentário foi transferido para 'posta' - que raio de nome - e mesmo assim...
Decididamente ainda não consegui acertar com o ponto, será que algum dia conseguirei?
Peço desculpa por este desacerto e pelo incómodo percalço.)

Carlos Borges Sousa disse...

Qual desculpa,qual percalço,qual desacerto ?
O meu Amigo, com as suas "postas" é, já e assumidamente, um/o grande
Blogueiro ...
CBS