“Os Donos de Portugal” é um livro obrigatório.
Fazia falta, muita falta por forma a que – tod@s e cada um(a) – ficássemos mais apetrechados para perceber mais e muito melhor os cem anos de/do poder económico (1910-2010) em Portugal.
Tal como se pode(rá) ler, logo e na introdução, “ este livro foi escrito para compreender. E para compreender o essencial : como se formou o poder económico dos donos de Portugal ?
Ou dito por outras palavras : quem domina e como veio a dominar a economia, quem beneficia do trabalho de um país inteiro ?
Colocar a pergunta e responder-lhe com os factos é o trabalho que este livro se propõe “
Diz-se, e com razão, que a preguiça – isso mesmo : a preguiça – é um dos grandes “entorses” da democracia; é que pensar, e sobretudo, pensar pela nossa própria cabeça dá cá uma “trabalheira” …
Com este livro, o Jorge Costa, a Cecília, o Luis Fazenda, o Xico e o Fernando fazem o favor de nos explicar – de forma muito clara e sustentada - como os donos de Portugal se instalam sobre o privilégio e o favorecimento.
Ora, e se me permitem, um livro de leitura e para estudo.
Obrigatório !!!
3 comentários:
Já o folheei, mas ainda não tive oportunidade de ir muito mais além. Mas deu para perceber tratar-se de um documento muito completo, bem estruturado e de grande rigor sobre um tema que normalmente é abordado de forma pouco fundamentada, pelas naturais implicações ideológicas, sociais e políticas que levanta. Até a dedicatória a João Martins Pereira, precocemente desaparecido do pensamento económico português (em contraponto com todas as ‘Bonifácias’ neoliberais que por aí pululam), é de registar, pois sinaliza uma tradição que deste modo perdura, uma herança que não se perde.
Mas, como digo, necessito de me debruçar mais em pormenor sobre o conteúdo e a riquíssima informação do livro, que passará a ser, estou certo, uma referência e um repositório de dados importantíssimo.
Dizer que um livro é obrigatório é um cliché, mas neste caso é um cliché que eu subscrevo. Também é um cliché dizer que é incontornável, mas eu digo: é incontornável.
O livro irrompe como o Comendador de Pedra no jantar de Don Giovanni: os media e a classe política podem tentar ignorá-lo, e estão a tentar, mas não vão conseguir.
"Os Donos de Portugal" entrou para o cânone no próprio dia em que foi publicado. Doravante, e julgo que durante muito tempo, quem quiser escrever obra idónea sobre a História Económica de Portugal no século XX terá que se pronunciar a favor ou contra ele.
Desengane-se quem quiser fazê-lo aparecer como um panfleto. Apesar de os seus autores assumirem explicitamente a sua posição política. É certo que o texto contém, na adjectivação e nalguns juízos de valor, algumas marcas de escrita panfletária; mas se estas fossem retiradas o livro continuaria a ser inteligível como aquilo que é: um estudo rigoroso e objectivo sobre um elemento central da realidade portuguesa.
Do "cortar e colar" resultou uma confusão na pontuação do meu último parágrafo. Peço desculpa.
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