Ora, se a corrupção é um problema, um grande problema que mina e corrói a democracia, mui provavelmente este problema não pode(rá) ser resolvido pela mera retórica discursiva como, e de resto, se vem verificando por parte dos partidos do sistema e, muito em particular, pelo PS.
É um lugar muito comum ouvir-se que “à politica o que é da politica e à justiça o que é da justiça”.
O problema, o grande problema é que cada vez mais é difícil separar a justiça da politica e/ou a politica da justiça.
O que é naturalmente grave e motivo de múltiplas e sérias preocupações.
Eis um exemplo caricato que tipifica, de forma clara e inequívoca esta “confusão” entre a politica e a justiça e/ou vice-versa; desta feita, devidamente explicitado ao Jornal “I” ( pode ler-se na primeira página de hoje ) pelo senhor procurador-geral da Republica :
- na última semana de Junho, enviou para o presidente do Supremo Tribunal de Justiça duas certidões extraídas do Processo Face Oculta e está a avaliar o envio de outras oito.
- no dia 3 de Setembro, Noronha do Nascimento ( Presidente do Supremo Tribunal de Justiça ) decidiu sobre as duas primeiras, onde estarão incluídas as conversas entre o primeiro-ministro e Armando Vara.
Hoje, dia 10 de Novembro, finalmente, o Supremo Tribunal de Justiça diz que as escutas são nulas.
Mas, então, porquê só agora ?..
É que, e assim, como é que vamos a-c-r-e-d-i-t-a-r na Justiça !!!
Os números que Marques Mendes não mostrou
Há 17 horas
2 comentários:
Meu caro,
Pelos vistos lá continuas com o teu romantismo militante. E ainda bem: acrescento ...
Mas tens alguma duvida que a justiça em Portugal está devidamente moldada por forma a dar cobertura aos mais poderoros ?
É o que se tem visto a olho nu.
O tempo da justiça é o que se vê e assim lá vão prescrevendo multiplos processos.
E o problema é que se saiba não existem responsáveis para toda esta trpalhada.
Mais uma vez, e neste caso da Face Oculta, lá vai estar uma virgula a mais ou então a menos que lá tratará de compor o ramalhete acabando, mais uma vez por ficar tudo na mesmo. IMPUNE.
Oxalá esteja redondamente enganado.
Cumprimentos.
LA
Caro Anónimo,
Não se trata de romantismo(s) mas, outrossim, de uma constatação objectiva.
A justiça, sendo um dos pilares fundamentais da democracia, pratica-se – como se vê, lê e ouve – muito mal em Portugal. Culpa de quem ?
Em meu entender existem, de facto, autores e actores materiais para que a “coisa” da justiça tenha chegado a este ponto. E porque considero que é também, a justiça, um problema de politica(s) que tenho que censurar a praxis de certas partidos e, em particular e sobretudo depois do “pacote legislativo” Cravinho, o PS…
Manifestamente, decidindo como decidiu, não houve vontade politica para dar um salto em frente. O discurso institucional do PS é que não há soluções fáceis para o problema do combate da corrupção.
Se, e para tal, não há soluções fáceis pois, então, que apresentem as soluções difíceis.
Se, de tal e para tal, forem capazes;
hoje, porque amanhã já é tarde..
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