Cavaco Silva é bem mais eficaz com a “gestão” de tabus, dos seus tabus, do que com a “produção” de pensamento(s); de resto, quanto a pensamento(s), e para além do óbvio, pouco ou quase nada se conhece de Cavaco …
Vendido à exaustão como insigne professor, como conceituado académico, não se conhece, de Cavaco, uma qualquer obra, um qualquer pensamento digno de registo ..
Aliás, diga-se e em abono da verdade, que chegou onde chegou, mais pelo que não “disse”, do que propriamente por quaisquer compromissos assumidos; a não ser, claro, com quem o apoiou e financiou.
Cavaco, a quem alguém, um dia e com muita felicidade, etiquetou de “Esfinge” é assim mesmo : não gosta de se comprometer !..
Desta feita, Cavaco, qual “Esfinge” e em queda nas sondagens, entendeu falar ao pais, aos portugueses …
Utilizou, para o efeito, um tabu, mais ao jeito de tabuzinho para, e até há hora do jantar, manter o país em suspenso…
Porém, esta “Conversa em Família” sobre o Estatuto Politico-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, pecou, em meu entender, por ser inócua, desnecessária e inoportuna; bastaria, para o efeito e tal como se impõe, Cavaco ter enviado os seus “recados” para a Assembleia da Republica que será, quem de direito e para o efeito, terá que dirimir esta questão…
Ora, o Estatuto foi previamente discutido e aprovado no Parlamento Regional e, só depois, na Assembleia da Republica; no caso dos Açores, foram aprovados por unanimidade, quer no Parlamento Regional, seja na Assembleia da Republica…
Cavaco, centralista, não gostou da “ousadia” do Estatuto; tinha 13 (treze) dúvidas o que, de resto, é legítimo e, assim, remeteu-as para o Tribunal Constitucional para efectiva fiscalização que, entretanto, só validou 8 (oito) das 13 (treze) dúvidas de Cavaco.
Agora, só importa(rá), mesmo, que a versão final do Estatuto, corrigidas as inconstitucionalidades verificadas pelo Tribunal Constitucional, seja aprovada.
Tão rapidamente quanto possível para que, assim, a Região Autónoma dos Açores possa ver reforçada a sua autonomia e a competência dos Órgãos Regionais.
Tão simples quanto isso : como “manda” a democracia …
Quanto a Cavaco : Senhor Presidente, não havia necessidade !..
É que, assim, o senhor "comprometeu-se" : sabia ?..
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5 comentários:
Também acho,não havia necessidade! Tanta coisa para isto? Fiquei espantado pelo facto de ter havido unanimidade no Parlamento e haver todo este alarido do Cavaco. E eu a pensar que ele ia falar da crise económica, ambiental/climática e energética e sai-me os Açores, com o devido respeito :)
Caro Zé,
Ora, nem mais ...
Tu, que és da Madeira e eu, dos Açores, raciocina, lá e então, comigo :
- Vês, por acaso, algum mal em que o Presidente da Republica - seja ele quem seja - proceda à audição das instâncias regionais antes da eventual dissolução dos orgãos regionais ?..
Cavaco ignora e/ou desconhece que há muitas autonomias Europeias que são, no mínimo, traumáticas; não será, necessáriamente e, pelo menos, o caso dos Açores ...
Cavaco, com esta sua postura, só demonstra o quanto está, ainda e agora, “minado” de preconceitos e de fantasmas centralistas.
Este é, pelo menos e enquanto Ilhéu, o meu sentimento ...
Sim, ele não está lá muito habituado a pedir a opinião dos outros, está visto. Até porque, para dissolver o Parlamento da República, ele tem que ouvir muita gente primeiro. Enfim, de qualquer modo, confesso que estou um bocado a leste sobre este assunto. Mas certamente parece-me despropositada a preocupação do Presidente com estes seus pequenos poderes que motive tanto tabu e expectativa, sobretudo nesta conjuntura socio-económica. É que, como dizia um colega meu, se o Cavaco faz mais destas, arrisca-se a que, para a próxima, ninguém ligue ao que ele disser!
Concordo na generalidade com o que já aqui foi dito sobre este inusitado gesto do Presidente, apresentado com a mais pomposa solenidade e despropositada pompa. Nesta ‘embrulhada’ travestida de tabu à moda de Cavaco (é ele o inventor e detentor da patente), parece-me também que lhe saíram as contas furadas: ‘arranjou’ um conjunto de irregularidades processuais para embrulhar a norma que não lhe convinha; o Tribunal devolveu-lhe o ‘embrulho’ apenas com a aceitação das processuais. E lá teve ele de fazer as despesas políticas da ‘coisa’...
Das múltiplas teorias que se ouviram para explicar o despropósito, há uma que é sintomática (mas não sei se faz algum sentido) das relações entre alguns dos poderes que nos (des)governam: o ‘homem’ teria utilizado os Açores para se precaver da Madeira, ou melhor, do Jardim, sabido que este utilizaria o precedente para ir ainda mais longe. O medo de enfrentar o ogre é tanto (tenha-se presente o que se passou na sua recente visita, em que foi impedido – sem reagir! – de falar na Assembleia Regional), que não se importou de utilizar o exemplo ‘cordato’ dos Açores para mandar recados ao Jardim!
Se assim foi, apenas nos resta um lamento: haja pachorra para aturar tanta indigência!
O senhor Presidente da República está preocupado com a diminuição dos seus poderes.Está aborrecido porque vai ter que ouvir a opinião de muita gente. E logo ele, que nunca tem dúvidas e raramente se engana...
Acontece, porém, que o Senhor Presidente deveria estar preocupado - e muito, se faz favor! - com a falência da soberania nacional, na Base das Lajes, com os permanentes atropelos à(s) lei(s) do país a que preside, na Base das Lajes, com a sua absoluta incapacidade de fazer cumprir um acordo bilateral, na Base das Lajes, com 'o gato-sapato' de que os (as) trabalhadores(as) portugueses(as) têm sido vítimas, na Base das Lajes, e com tantos outros atentados à dignidade de um povo que ainda acredita que a administração norte-americana é capaz de cumprir a palavra dada... Deveria, também, estar preocupado - e muito, se faz favor! - com a tristíssima figura que foi fazer à Madeira, mas quanto a isso, nem uma palavra... Deveria estar preocupado - e muito, se faz favor! - com a maldita crise de tudo, tudo, tudo, que nos rouba energia, qualidade de vida, direito à felicidade e à esperança. Mas não. O Estatuto dos Açores é que lhe tira o sono! Espero bem que não vamos todos atrás deste deprimente estado de espírito, nem nos deixemos levar por este brilhante raciocínio que, no mínimo, confunde, de facto, o essencial com o acessório. E o essencial é o enorme avanço das competências legislativas e administrativas que os Açores conquistam com este Estatuto. Vamos, portanto, unidos, sossegar o Tribunal Constitucional, corrigir o que houver a corrigir e aprovar o Estatuto, antes das próximas eleições regionais. Em nome dos Açores e dos(as) Açorianos(as). O resto...é conversa!
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