Vi e ouvi, com muita atenção, o discurso do Presidente da República na sessão comemorativa do 25 de Abril; trinta e quatro anos depois de Abril.
E, para além das banalidades de circunstância que a circunstância naturalmente exigia ( o pleonasmo é, mesmo, propositado ) e que são, sempre e de resto, costumeiras em qualquer discurso de Cavaco Silva, deu-lhe, desta feita, para divulgar extractos de um estudo que mandou realizar junto da Universidade Católica sobre o alheamento da juventude face à politica.
Disse, a este propósito, Cavaco Silva :
“ Os mais novos, sobretudo, quando interrogados sobre o que sucedeu em 25 de Abril de 1974 produzem afirmações que surpreendem pela ignorância de quem foram os principais protagonistas, pelo total alheamento relativamente ao que era viver num regime autoritário ``
Sinceramente, não me espanta que Cavaco Silva não perceba (?) e se mostre tão impressionado (?) « com a ignorância de muitos jovens sobre o 25 de Abril » e, ainda, « com uma notória insatisfação dos portugueses com o funcionamento da democracia ».
Pudera !!!
Cavaco Silva ainda não conseguiu perceber - e, sinceramente, duvido que venha, mesmo, a perceber – tal como afirmou Francisco Louçã, no final da sessão solene na Assembleia da Republica, que : “ na vida, na cultura, na politica o que é preciso é falar claro”
Cavaco Silva, hoje e na Assembleia da Republica, teceu alguns comentários sobre os critérios da democracia. Só é pena que, e a quando da sua mui recente visita à Madeira, se tenha esquecido (?) – tal como a circunstância, e em meu entender, o exigia – de ser exigente, rigoroso para com a Democracia.
Pelo contrário, lá como cá, Cavaco Silva continua a vender ilusões como critério para a Democracia.
Estou, no entanto e para que conste, e tão só num certo sentido ( faço questão de sublinhar que : tão só e num certo sentido ), em sintonia com Cavaco :
"num certo sentido, o 25 de Abril continua por realizar".
Um parágrafo, dois gráficos, algumas palavras.
Há 17 horas
2 comentários:
O discurso do Sr. Professor teria ficado com menos arestas se tivesse admitido ter existido da sua parte, também, uma quota-parte das culpas, já que há tantos culpados.
Cavaco sempre foi "esguio" do ponto de vista intelectual. Chegou a Presidente da Republica etiquetado de ” insigne” professor/investigador sem que, do mesmo, se conheça um trabalho, um único trabalho académico digno de registo. (A)Parece, agora, muito preocupado com os critérios da democracia, o que, em tese, até (lhe) fica bem. Porém, e se "isso" fosse mesmo verdade, não teria tido, na Madeira, um comportamento tão conciliador, diria mesmo a roçar o politicamente cobarde.
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