
Vale e Azevedo está, de novo e por via da comunicação social, na ordem do dia.
Lê-se, nos jornais, que habita numa luxuosa “mansão” e desloca-se num Bentley com motorista. Em Londres.
Há oito anos que Vale e Azevedo “anda” a ser julgado. Cumpriu seis anos de prisão. De cadeia; atrás das grades.
Vale e Azevedo, até parece que, por toda essa Comunicação Social (nos) é apresentado como um herói. Não como um bandido.
O problema, o grande problema é que Vale e Azevedo é exibido como praticamente o único “troféu” da justiça portuguesa nos/dos negócios de “colarinho branco”.
Repito : o único “troféu” da justiça portuguesa.
Bem se esfalfa Sua Excelência o Senhor Procurador Geral da Republica a explicar, ao país, que “tudo e todos são investigados em Portugal”.
É verdade. Sabe-se, lê-se nos jornais e ouve-se nas Tvs que Bancos, Comendadores, Operações Furacão estão em curso.
Porém, todavia, contudo não há quaisquer consequências.
Pelo menos não se “vê” resultados.
Não se “vislumbra” que um qualquer “colarinho branco” à excepção, claro, de Vale e Azevedo, haja sido condenado; que tenha sido, tal qual Vale e Azevedo, preso.
Ninguém, pelo menos, que se saiba. Ninguém que a Comunicação Social tenha, pelo menos, publicitado.
A safadeza é condenável, venha de onde vier, e toda ela, a safadeza, merece censura e, assim e por isso, acho que todos os criminosos, depois de devidamente julgados, devem pagar pelos seus actos.
Porém, e em Portugal, não se “vê”, não se “sente” que a justiça esteja realmente a funcionar.
Pelo menos, e enquanto cidadão, é legitimo que me interrogue, que me preocupe e que exija que a justiça, no meu País, possa funcionar por forma a que não aconteça que "uns ladrões roubam e são enforcados; outros roubam e enforcam" como refere o Padre António Vieira no Sermão do Bom Ladrão.
Enfim, toda esta “cena” com Vale e Azevedo é, infelizmente e em meu entender, uma derrota da/para a Justiça Portuguesa