![]() |
...improváveis? |
E agora Merkel? E agora Schauble?
Será socialmente conveniente,
será politicamente correcto, será até só simplesmente oportuno aplicar sanções políticas (arbitrárias e tecnicamente
indefensáveis!) logo precisamente no dia seguinte a um país se sagrar
Campeão Europeu, com a sua identidade nacional reforçada pelo frémito da vitória? Mesmo que as tais ‘sanções
políticas’ sejam cinicamente apresentadas apenas como neutrais ‘sanções técnicas’, perante ‘esta trivial
circunstância desportiva’ que ditará o ‘sôfrego faro político destas alimárias’
na hora de decidirem o que fazer?
E agora Hollande?
Descontando desde logo a agora vergada
arrogância gaulesa – a desportiva e a que sustenta todo o presunçoso arreganho chauvinista
que os emigrantes portugueses em França são obrigados a aturar (mas, por isso
mesmo, sem esquecer o desagravo assim alcançado) – como será lidar com um
eventual agudizar do movimento social/sindical francês que actualmente se ergue
em defesa de direitos laborais ameaçados pela globalizante onda neoliberal (na sua
versão interna ‘socialista’) sob efeito da frustração provocada por tão humilhante
afronta?
E agora Passos Coelho? E agora Marilú e restante tropa fandanga (neoliberais, ordoliberais e outros que tais)?
Até nisto António Costa, o ‘optimista
irritante’ (segundo Marcelo), parece levar-lhes a palma: depois de ter sido dos
poucos a acreditar na vitória da selecção (associando a sua ‘crença laica’ à ‘crença
religiosa’ do seleccionador), saberá extrair algum efeito político da euforia
gerada por esta vitória junto desta (des)União Europeia? Tal como a improvável
vitória de Portugal, tal como o improvável herói da Final, na lógica
até da improvável celebração das afinidades com a Grécia (aqui trazidas pelo inesperado gesto de agradecimento do
seleccionador), conseguirá Costa transformar uma quase punição num improvável sucesso político? Mesmo que
apenas através de mais um adiamento da decisão (o que já seria revelador do estofo
destes me(r)d(r)osos líderes europeus)?
Amanhã se verá então se sobra ainda alguma réstia de senso na
esclerosada e impudente burocracia de Bruxelas – ou se, como até aqui, a natureza das ‘crenças
ideológicas’ no Euro da finança anula a das ‘crenças’ no Euro desportivo. Até
lá celebremos o feito desta saborosa vitória desportiva sobre a petulância.
Porque não há vencedores antecipados em futebol. No futebol e na política!
Sem comentários:
Enviar um comentário